A Comissão de Finanças, Planejamento, Fiscalização e Controle da Assembleia Legislativa realizou, nesta quinta-feira, a arguição oral dos ex-secretários de Estado Cláudio Gastal e Leonardo Busatto, do ex-governador Ranolfo Vieira Júnior (2022, PSDB) e do servidor José Luis da Silva Nunes indicados para assumirem cargos de gestão em bancos de fomento.
Ranolfo e Busatto devem assumir as diretorias destinadas ao Rio Grande do Sul no Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). O ex-governador será diretor-presidente e o ex-secretário da Fazenda será diretor de Planejamento. Gastal, secretário de Planejamento e Governança até o início do ano, deverá presidir a Agência de Fomento do RS (Badesul), enquanto Nunes, doutor e mestre em Fitotecnia e servidor público do Badesul desde 2010, será diretor da agência.
Inicialmente, Ranolfo assumirá a diretoria de Operações do BRDE e passará a ser presidente do banco a partir de 2024, quando o cargo, rotativo entre os estados, voltará a pertencer ao RS.
Todos foram indicados pelo governador Eduardo Leite (PSDB). A sabatina diante do Parlamento é uma das exigências para cargos dessa natureza.
"A indicação do governador vir para cá, e nós podermos fazer questionamentos e avaliar quais são os projetos é de extrema importância, porque as decisões, os projetos, os planejamentos desses indicados certamente vão impactar e influenciar na vida de todos os cidadãos", pontuou a deputada Patrícia Alba (MDB), presidente da comissão.
Após as sabatinas, serão produzidos relatórios individuais para cada um dos indicados. Esse relatório deve ser aprovado pela comissão para, posteriormente, ser votado em plenário pelos deputados. Por fim, os indicados deverão passar por uma nova arguição, a ser realizada pelo Banco Central.
"O processo deve levar de dois a três meses", esclareceu Busatto, que considerou sua própria sabatina "de alto nível" e "esclarecedora". "O debate foi muito técnico e isso permite desenvolver as ideias", disse o ex-secretário.
Assim como Ranolfo, Busatto será diretor do BRDE. Ele explicou as diferenças de atuação entre os dois prováveis futuros diretores gaúchos do banco.
"O banco tem cinco diretorias e um presidente. Dois de cada estado (RS, SC e PR). Vou assumir a Diretoria de Planejamento, que cuida da visão de médio a longo prazo do banco, quais investimentos fará no futuro, para onde o banco tem que se direcionar e a relação com bancos internacionais, como Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Banco Europeu." E continuou: "A Diretoria de Operações, para qual foi indicado Ranolfo, cuida mais das operações na ponta, nos empréstimos, para os clientes que são tomadores de empréstimo do banco".
"A ideia é potencializar a parceria com os municípios", explicou Ranolfo. "Quero levar minha experiência de 36 anos de vida pública para um banco que tem como objetivo principal o fomento e o desenvolvimento do Estado e da região Sul do nosso País", complementou o ex-governador.
Segundo avalia Gastal, os bancos de fomento e desenvolvimento têm um papel cada vez mais importante na realidade do Estado e de seus municípios na medida em que cresce a taxa de juro para crédito em bancos de varejo.
"Os juros altos como estão fazem com que essas entidades tenham mais importância ainda na busca de créditos mais baratos, que permitam chegar ao micro, pequeno ou médio empreendedor", disse o provável futuro presidente do Badesul.