Com a perspectiva da presença do governador Eduardo Leite (PSDB) na Assembleia Legislativa, um grupo de merendeiras ligadas ao Centro de Professores do Estado do RS (Cpers) decidiu ocupar as galerias da Casa para fazer uma denúncia: o não pagamento por serviços prestados desde novembro.
Seriam cerca de 200 merendeiras que prestaram serviços ao Estado de forma terceirizada, que não teriam recebido parte dos salários da empresa Benetton. “Representamos mais de 200 merendeiras que não receberam parte do salário do mês de novembro, parte do de dezembro e a rescisão, porque o contrato findou em 31 de dezembro e não foi pago. A maioria ainda está desempregada, são mulheres e mães-solo”, denunciou Neiva Lazzarotto, diretora do núcleo de Porto Alegre do Cpers.
De acordo com ela, o assunto não seria novidade para o poder público. “A mediação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) não resolveu, ir na empresa não resolveu, duas idas na Secretaria da Educação (Seduc) não resolveu, duas tentativas de entregar documento no Palácio (Piratini) não resolveu. Hoje, quando soubemos que ele (Leite) viria, nós decidimos: vamos nos fazer enxergar com o governador”, relatou ele.
A estratégia deu certo. Após o fim do discurso do tucano no Parlamento, as manifestantes entoaram gritos de protesto como “governador, pague as merendeiras” e “governador, eu quero o meu salário”.
Após as manifestações, e uma rápida conversa com a deputada estadual Luciana Genro (PSOL), o governador em pessoa se dirigiu às galerias para dialogar com o grupo. “O governo diz que pagou e a empresa diz que não recebeu, percebe”, questionou Neiva a Leite.
O governador solicitou os contatos da diretoria do sindicato para “entender a questão do pagamento e será apresentada de forma transparente o que se passou, para podermos encaminhar uma solução”, afirmou.
Ao final da conversa, que durou cerca de cinco minutos, recebeu alguns aplausos dos servidores pela iniciativa de ter saído da tribuna até a galeria.