Recém-chegado ao novo governo do Estado como titular da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Profissional, o deputado estadual eleito Gilmar Sossella (PDT) assume o cargo com a missão de dar um novo rumo à pasta.
A mudança de nomenclatura da secretaria, que até o ano passado se chamava Trabalho, Emprego e Renda, tem o objetivo de ampliar o foco na profissionalização de jovens e trabalhadores gaúchos.
Durante o primeiro governo Eduardo Leite (PSDB)/Ranolfo Vieira Júnior (PSDB), o programa Avançar investiu R$ 6 milhões para a criação dos Núcleos de Inovação para o Trabalho (NITs) em 31 centros educacionais e escolas do RS.
Os NITs são núcleos de capacitação profissional, realizados por intermédio do Senac-RS, para atender as demandas socioeducacionais de formação e de qualificação profissional, possibilitando tanto atualização quanto aperfeiçoamento profissional. O programa é realizado em parceria com a Secretaria da Educação (Seduc).
"O eixo principal (da pasta) é a qualificação da mão de obra. Vamos focar nessa demanda que existe de trabalhadores em áreas que não tem profissionais formados. Em que pese o índice de desemprego, temos postos de trabalho à espera de profissionais qualificados. A ideia é ter foco nessa formação", afirmou Sossella.
Entre as áreas que carecem de profissionais qualificados, o secretário cita a carência especial por profissionais de Tecnologia da Informação (TI).
Com foco principal na profissionalização, Sossella pretende ampliar os núcleos que foram lançados com o Avançar, no ano passado. "Temos parcerias que vamos fazer na profissionalização. Temos 157 estruturas para dar cursos de formação para esses alunos da rede pública estadual. Através dos NITs, realizados via convênio Seduc, são 157 escolas, sendo que 31 estão em execução. Queremos aproveitar a estrutura. Tem que ter amplitude", declarou o pedetista.
Sossella também quer fomentar a disponibilização de crédito para micro e pequenas empresas. Atualmente, os bancos devem aplicar 2% dos depósitos à vista (o que fica na conta corrente) em operações de microcrédito orientado. "Temos que focar que a gente possa ter esse recurso. Os bancos não fazem questão de prestar, porque é uma operação pequena, tem muito trabalho e pouco resultado", afirmou. O secretário tem carreira de 40 anos no Banco do Brasil.
O secretário é o nome do PDT no alto escalão do segundo governo Leite. Durante a campanha eleitoral, o partido aderiu à chapa tucana após compromissos firmados pelo, à época, candidato.
Para Leite, que durante a apuração do primeiro turno ficou a pouco mais de 2,4 mil votos de não chegar ao segundo, atrair o PDT era fundamental para o enfrentamento contra o então adversário Onyx Lorenzoni (PL).
O PDT condicionou o apoio à garantia de não privatização do Banrisul e direcionamento do foco do governo para a Educação - em especial, às escolas de tempo integral.
"A maior demonstração que o governador quer dar esse foco foi o gestor do governador de empossar a secretária da Educação. Todos os secretários para estarem presentes", disse Sossella.