Reestruturação do governo promovida por Leite deve ir além do 1º escalão

Governador eleito promete mudanças na organização desde o alto secretariado até os cargos da base do Estado

Por Diego Nuñez

Eduardo Leite informou que deve enviar projeto com nova estrutura na semana que vem à Assembleia
O governador eleito Eduardo Leite (PSDB) espera enviar o projeto de reestruturação do governo para 2023 à Assembleia Legislativa até a próxima semana. A meta do futuro Executivo é avançar nas mudanças de estrutura do novo governo para além de secretarias e secretariado: o Palácio Piratini deve ter nova configuração também nos cargos de segundo e terceiro escalões.
"Queremos dar um passo na discussão da estrutura que vem abaixo. Pretendemos encaminhar uma reestruturação dos cargos do governo porque temos uma estrutura antiga, feita cheia de puxadinhos ao longo da história. Como nunca houve continuidade do governo, o governo que assumia, assumia com a estrutura existente e fazia pequenas alterações aqui e ali e isso gerou falta de simetria. Em determinadas posições, existem gratificações que em outras áreas não existem e problemas de baixa remuneração em posições estratégicas", afirmou Leite, após o seminário de apresentação dos trabalhos da transição.
Segundo ele, a reestruturação deve ocorrer "sobre a estrutura própria dos cargos do governo". "A estrutura é muito, muito antiga. Está desatualizada. Tem dificuldade de levar profissionais para a educação, por exemplo, porque lá não se recebe gratificações que têm em outras secretarias. É equalizar para que o estado consiga formar times para entregar o resultado que se deseja", continuou o tucano.
Uma das primeiras mudanças no primeiro escalão poderá ser a criação de um secretaria de Habitação e Regularização Fundiária, conforme adiantou o futuro governador. "Não descarto a criação de uma secretaria dedicada à habitação e regularização fundiária, até por conta de termos recursos para investimento agora. (...) Pretendemos realizar ampliação nos programas habitacionais, com as cooperativas habitacionais, reformas de prédios abandonados e (destinação de) prédios públicos para pessoas em situação de vulnerabilidade social", afirmou Leite.
O objetivo do governo eleito é finalizar o projeto da nova estrutura e enviar para a Assembleia Legislativa até a próxima semana para que a proposta seja aprovada ainda neste ano. Assim, Leite poderia iniciar seu segundo mandato no Rio Grande do Sul já com esta nova composição.
A primeira semana de dezembro é decisiva. Após o final de semana, o governador eleito deverá ter condições de anunciar os primeiros nomes do próximo quadro de secretários. "O primeiro anúncio (de nomes) deve ser já de um grupo de secretários que já temos sondado e conversado. Consolidar, de repente, os primeiros nomes no final de semana, quem sabe", indicou.
Essa nova estrutura, bem como a escolha dos secretários a serem anunciados, foi construída durante os trabalhos da transição, que finalizou importante etapa ontem.
O governo eleito utilizou o mês de novembro para colher sugestões feitas por 10 partidos para serem incluídas no plano que conduzirá as ações do Piratini. Ao todo, foram 712 sugestões, divididas em cinco eixos temáticos essenciais, entregues por Cidadania, MDB, PDT, PSB, PSD, PSDB, Podemos, SD, UB e o futuro Mais Brasil, que surgirá da fusão entre PTB e Patriota. Essas foram as siglas que fizeram parte da transição de governo.
"A transição foi feita com a contribuição de 10 partidos políticos, servidores e especialistas. O ineditismo do governo ser reeleito nos dá responsabilidade de evoluir. Temos que devolver com muito trabalho a partir do próximo governo, melhorando os números", disse Gabriel Souza (MDB), vice-governador eleito e coordenador político da transição.
O seminário também contou com a presença dos deputados estaduais reeleitos Frederico Antunes (PP) e Silvana Covatti (PP), representando seu partido, que aderiu à base do novo governo nesta terça-feira.