Após derrota nas urnas, ex-governador Olívio Dutra defende ampliação de alianças para o segundo turno no País

O candidato do PT ficou em segundo lugar na corrida ao Senado

Por Nícolas Pasinato

eleições 2022 - café da manhã de edegar pretto e olívio dutra
Oito anos após uma derrota apertada para o seu então adversário Lasier Martins (37,4% x 35,31%), o ex-governador do Estado e ex-prefeito de Porto Alegre Olívio Dutra (PT) volta a ficar em segundo colocado na corrida a uma vaga ao Senado Federal pelo Rio Grande do Sul. O petista teve 37,85% dos votos válidos (2,22 milhões), enquanto o vice-presidente do País, Hamilton Mourão (Republicanos), registrou 44,11% dos votos (2,59 milhões).
Aos 81 anos, Olívio buscava o que chamada de mandato participativo, que seria constituído pelos suplentes Roberto Robaina (PSOL) e Fátima Maria (PT). Em seu discurso após a definição do resultado, ele agradeceu os candidatos que compuseram a sua chapa e acenou para a disputa de segundo turno presidencial.
"Formamos uma composição importante do campo democrático popular de esquerda, mas que ainda está incompleta. Espero que possamos ampliar no segundo turno em nível nacional, pois o que está acontecendo no País exige muito mais do campo que não agride a natureza, não despreza as pessoas e seus movimentos
No segundo turno, que será realizado no dia 30 deste mês, ele espera que haja tempo suficiente para um amplo debate na sociedade. "É claro que procuramos ganhar os votos e os mandatos nas eleições, mas teremos um segundo turno importantíssimo, em que devemos propor um confronto de ideias, de projetos e de composição de mundo. Temas importantes que não foram suficientemente debatidos até o momento", declarou.
Durante o dia, quando as urnas ainda estavam abertas para a votação, o candidato do PT fez uma avaliação da campanha deste ano. "O que eu busquei fazer durante a campanha foi estimular o cidadão e a cidadã a expressar a sua cidadania comparecendo às urnas e votando com o coração e com a consciência. Penso que isso foi uma boa semeadura", disse.
Ele ainda criticou o discurso de ódio que tem pautado o cenário político do País atualmente. "A política não é algo feito para criar desavenças. É a construção do bem comum com o protagonismo das pessoas. Estes que ao falar da política já se desentendem, desqualificam o debate", criticou.
O suplente ao Senado pela chapa Roberto Robaina (PSOL) destacou a unidade histórica entre PSOL e PT desta eleição. "O PSOL sempre teve candidato ao governo e ao Senado desde a sua fundação. Com a decisão de Olívio de entrar na disputa e fazer esse gesto de colocar o prestígio dele, abrimos um cenário novo no Estado", ressaltou.
Fátima Maria (PT) também opinou sobre os aprendizados ao longo da campanha. "Para nós, estar ao lado do Olívio neste momento foi uma grande experiência. O gesto dele para nossa militância foi muito importante neste momento difícil em que o País e o Estado estão passando", apontou.