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Eleições 2022

- Publicada em 23 de Outubro de 2022 às 21:59

Gabriel Souza pretende seguir com as reformas

Ampliar a modernização do Estado será ênfase do vice de Eduardo Leite

Ampliar a modernização do Estado será ênfase do vice de Eduardo Leite


/ANDRESSA PUFAL/JC
Paula Coutinho e Lívia Araújo
Paula Coutinho e Lívia Araújo
Candidato a vice-governador na chapa de Eduardo Leite (PSDB), o deputado estadual Gabriel Souza (MDB) vê a união dos dois partidos no Estado como um reconhecimento à história de emedebistas e tucanos na luta pela democracia e a Constituição de 1988, mas também marca um contexto mais contemporâneo, da realização de reformas e a revisão do tamanho do Estado.
Nesta entrevista ao Jornal do Comércio, Souza, que já em seu primeiro mandato na Assembleia Legislativa foi líder do governo de José Ivo Sartori (MDB, 2015-2018) e posteriormente presidiu a casa, disse que as experiências dele e de Leite como chefes de Poderes são a prova, para o povo gaúcho, de que sabem trabalhar juntos.
"Conseguimos avançar na agenda que propusemos ao Rio Grande do Sul e conseguimos produzir resultados positivos à sociedade", resumiu o candidato.
Jornal do Comércio - Qual será seu papel como vice-governador?
Gabriel Souza - Pretendo apoiar o governador na tarefa que me for designada. Também terei a minha função constitucional de substituí-lo em eventuais impedimentos, casos de viagens ou alguma outra condição que eu tenha que assumir interinamente Além disso, já provamos para o povo gaúcho que sabemos trabalhar juntos. Fui chefe do Legislativo, e ele (Eduardo Leite) chefe do Executivo, e nessa conjunção de forças conseguimos avançar na agenda que propomos ao Rio Grande desde o início do governo Sartori e durante o governo do governador Eduardo e do governador Ranolfo; e provamos que, com isso, conseguimos produzir resultados positivos à sociedade.
JC - Diante da nova composição da Assembleia, como será essa interlocução?
Souza - Não tenho nenhuma preocupação em relação a isso, porque o nosso perfil, tanto do Eduardo quanto o meu, é de diálogo, de conversa, de amplitude política. Estou parlamentar desde 2015, conheço muitos dos deputados eleitos e sei que vamos ter condições de conversar com todas as bancadas que tiverem alguma convergência com o nosso programa, para que juntos possamos implementá-lo. Não significa que a gente não possa acolher alguma outra questão programática que eventualmente alguma bancada possa solicitar. Temos respeito ao princípio da democracia, respeito aos legisladores eleitos pelas urnas.
JC - O senhor e Leite são da nova geração da política gaúcha, em partidos que têm tradição histórica. O que poderia trazer em perspectiva a essa base mais histórica?
Souza - Acho que essa chapa representa os dois contextos nos dois partidos. Primeiro no contexto histórico do passado do PSDB e do MDB do RS. (Eles) lutaram pela democracia, ajudaram a escrever uma Constituição Federal, que é a Constituição de 1988, com liberdades democráticas, liberdade de credo, de orientação sexual, liberdade política, liberdade de imprensa. É uma Constituição que instalou o Estado Democrático de Direito. Estamos no mesmo campo político, que é um campo de centro democrático. Carregamos a bandeira da história dos dois partidos que representam muito isso. E aí, o contexto contemporâneo remete há pouco tempo o governo Sartori, que iniciou um processo de reformas de Estado, uma etapa de apresentação do quadro real das finanças públicas do RS. Com a transparência de apresentação de uma agenda de diminuição do tamanho do Estado que teve sequência no governo Leite. Temos uma chapa que representa o que o MDB e o PSDB no RS lutaram, lutam, e que vai poder avançar nessa agenda, aprofundando mais, modernizando a máquina pública e garantindo um ambiente pacífico para que a gente possa discutir num bom tom, em alto nível, os problemas dos gaúchos.
JC - Várias lideranças históricas do MDB resistiram à ideia da chapa. Isso já está apaziguado?
Souza - Muita polêmica realmente aconteceu, muitas discussões internas ocorreram. O tempo passou e fomos para o segundo turno por 2.400 votos. Então, matematicamente, provou-se que, se não fosse a coligação, não estaríamos no segundo turno. Estou cumprindo a missão que o MDB me deu, que foi concorrer a vice-governador. Se tivesse me dado uma missão diferente, estaria também cumprindo. Sempre tive respeito à orientação partidária, oriunda da construção da maioria.
JC - Como vê o apoio do prefeito Sebastião Melo (MDB) a Onyx Lorenzoni (PL), gerando a saída do PSDB da base na Câmara?
Souza - Não comento e nem "fulanizo" os atos de infidelidade partidária. Deixo esse assunto para a direção do partido.
JC - A candidata do MDB ao Planalto, Simone Tebet, engajou-se agora na campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No caso de vitória, a possibilidade da senadora integrar esse governo traria mais benefício à gestão Leite do que Jair Bolsonaro (PL)?
Souza - Não declaramos o nosso voto exatamente para fugir desse debate que acaba tomando espaço no Estado. Nosso adversário quer basicamente discutir a polarização nacional, e não os problemas do povo gaúcho. Foi uma decisão difícil que tomamos, Eduardo e eu, para defender o Rio Grande, e isso nos faz também ter condições de conversar com qualquer que seja o presidente eleito, inclusive o governador Eduardo teve relações federativas, republicanas extremamente proveitosas com o governo federal atual.
JC - Depois de muitos tensionamentos com o funcionalismo, pelas reformas realizadas a partir do governo Sartori, haverá a possibilidade de atender algumas reivindicações dos servidores?
Souza - O governador Eduardo faz uma metáfora que é daquele cidadão endividado que não consegue dormir à noite, por isso, não sonha, muito menos coloca em prática os seus sonhos. Depois que coloca suas contas em dia, ele consegue dormir e realizar seus sonhos. Isso explica o momento atual do RS. Não podemos permitir retrocesso como defende nosso adversário, como a revogação de reformas, do Regime de Recuperação Fiscal, do programa do governo Sartori e do governo Leite. Esse avanço, agora, vai proporcionar um governo muito mais voltado ao cidadão, às pessoas, porque temos condições de melhorar os serviços públicos, focar na qualidade de educação, que é nossa prioridade número um, melhorar o atendimento à saúde diminuindo o tempo de espera de consultas, fazer com que a segurança tenha mais investimentos para combater o crime com força e também investir na infraestrutura para melhorar nossa competitividade frente a outros estados.
JC - Qual será a estratégia dessa reta final da campanha local?
Souza - Os segundos turnos têm uma característica que o eleitor vota ou por predileção ou por rejeição. Para que o eleitor possa escolher o seu candidato, ele tem que conhecer duas coisas principais: o programa e a biografia de cada um. Vamos, sim, nos ater nas propostas, que são o mérito e também no jeito de fazer, que é o método. Nós não atacamos pessoas, mas os problemas. Nós não inventamos fake news, e sim nos defendemos delas.
 

Perfil

Gabriel Vieira de Souza tem 38 anos e é natural de Tramandaí. Veterinário formado pela Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), possui especialização em Gestão Pública pela Universidade Católica Dom Bosco. Iniciou a militância política aos 14 anos, ao ingressar na Juventude do PMDB. Aos 17 anos, já integrava o diretório municipal do partido, em Tramandaí, e, aos 20 anos, se tornou assessor parlamentar do deputado federal Eliseu Padilha (PMDB). Entre 2013 e 2014, foi secretário municipal do Planejamento e Desenvolvimento em Tramandaí. Nas eleições de 2014, assegurou vaga deputado estadual com quase 40 mil votos. Entre junho de 2016 e dezembro de 2018, foi o líder do governo de José Ivo Sartori (MDB) na Assembleia Legislativa, e presidiu o Parlamento estadual em 2021.