Apenas 2.491 votos separaram Eduardo Leite (PSDB) de uma derrota contundente ainda em primeiro turno de seguir com o sonho de ser o primeiro governador reeleito da história do Rio Grande do Sul. Se por si só a diferença de 0,04 pontos percentuais já é impressionante por si só, o resultado final é ainda mais surpreendente quando comparado ao que era esperado pela campanha tucana e o que apontavam as pesquisas de intenção de votos - que mostravam Leite com larga vantagem na primeira colocação.
Para o ex-governador, a eleição no Estado foi altamente influenciada pela campanha polarizada a nível nacional. Mesmo tendo feita uma votação bem abaixo do esperado, diminuindo inclusive o próprio desempenho no primeiro turino do pleito de 2018, o pelotense acredita que a chegada ao segundo turno já é uma vitória.
"Teve impacto político o estímulo a um voto útil (nas eleições presidenciais). Isso influenciou nas eleições nos estados. Aqui no Rio Grande do Sul, graças aos resultados do nosso governo, resistimos a essa polarização. Somos uma das poucas candidaturas, senão a única, que resistiu a esse quadro de polarização e está no segundo turno sem ter parte nessa nessa guerra que o País enfrentou. Isso é uma grande vitória. Temos muita confiança para os segundo turno", disse, em entrevista coletiva concedida na sua cidade natal logo após conhecidas as contas finais das urnas.
O resultado foi tão surpreendente para a campanha que a agenda de Leite planejava um retorno para Porto Alegre e pronunciamento oficial ainda na noite deste domingo (2). Com uma corrida acirrada pelo segundo lugar, Leite preferiu permanecer em Pelotas até o final da apuração. O pronunciamento oficial do candidato ocorre nesta segunda-feira (3), às 9h.
Questionado se buscaria apoio do PT e de Edegar Pretto (PT), terceiro colocado na corrida eleitoral, Leite desconversou. "O apoio que se busca é o da população. É daqueles que resistem a essa política feita de forma agressiva. Agente (Leite e o PT gaúcho) sempre teve bom dialogo, mas temos diferenças do ponto de vista programático bastante fortes. No 'como fazer', o nosso campo é o do diálogo. Aqueles que estiverem dispostos a dialogar conosco, nós vamos dialogar", afirmou o ex-governador.
Leite procurou não demonstrar surpresa perante ao resultado das urnas. Manteve uma postura confiante e, se ficou abatido com uma votação baixa, não deixou transparecer nos microfones. “Nós sabíamos que a audiência que eleição nacional possuía afetaria a eleição local. A decisão de concorrer a reeleição passava justamente para defender o RS contra a polarização nacional. Para que não se reproduzisse aqui a eleição nacional, como ocorreu na maioria dos estados. Aqui no RS conseguimos resistir", declarou o tucano.
Candidato a vice-governador na chapa encabeçada por Leite, Gabriel Souza acredito que o segundo turno vai permitir debater os problemas reais do Estado. "O segundo turno é uma outra eleição. Vamos buscar fazer um debate sobre os problemas dos gaúchos, apresentando propostas e soluções", declarou.
Neste primeiro turno, assim como Leite, o ex-presidente da Assembleia Legislativa enxerga a pauta nacional invadindo eleições estaduais. "As eleição resultaram do processo de polarização também na eleição estadual. Ela levou os eleitores a escolher seus candidatos a governadores oriundos das suas decisões no plano nacional. Esse é um fenômeno que se replicou em todo território nacional e aqui no RS nós somos resistência. Eu e Eduardo Leite representamos a resistência do centro democrático, mostrando que aqui no RS temos possibilidade de discutir o rumo do Estado, não questões apenas inerentes a eleição nacional", disse Souza.