A presença de cerca de 1 mil prefeitos em Brasília nesta terça-feira (5), pressionando contra medidas federais que podem representar perdas financeiras para os municípios, também serviu para articulações partidárias em meio às eleições para os Executivos estaduais. Foi o caso do prefeito de Restinga Seca, Paulinho Salerno (MDB), atual presidente da Famurs.
Além de pleitear, junto ao presidente Jair Bolsonaro (PL), pelas causas municipalistas, na volta ao Rio Grande do Sul o dirigente cruzou com o ex-governador Eduardo Leite (PSDB), pré-candidato do partido para voltar ao Piratini. Salerno é um dos emedebistas envolvidos na conversa sobre uma possível adesão da sigla à candidatura de Leite, que deverá ser decidida em reunião do Diretório estadual no domingo (10).
Embora haja uma forte pressão interna para a manutenção da pré-candidatura do deputado estadual Gabriel Souza, Salerno está na ala que defende a união a Leite, que, diante da indecisão emedebista, pode conceder a vice ao União Brasil. “Entre ter uma candidatura própria e que possa não se tornar viável e termos uma viabilidade eleitoral, não vejo problema em compor (com o PSDB)”, afirmou Salerno, que frisou que a união, seja com vices ou compondo secretarias, do MDB com o PSDB vem desde o governo de Antonio Britto (MDB) e que Leite, ao ser eleito para o Piratini, falou em “governo de continuidade”, apesar do antagonismo com o ex-governador José Ivo Sartori (MDB).
Em Brasília, Salerno também esteve com o presidente nacional do MDB, o deputado federal Baleia Rossi, um dos articuladores da união entre os partidos nacionalmente, em volta da candidatura da senadora Simone Tebet ao Planalto. “Não há imposição de cima, mas um indicativo aprovado inclusive por membros gaúchos do diretório nacional. O fato de o MDB estar presente em praticamente todos os municípios do Estado pode garantir um percentual considerável de votos para uma candidatura própria. Mas num cenário tão polarizado, será uma eleição muito difícil”, analisou Salerno.