Em passagem por Caxias do Sul, na Serra gaúcha, nesta sexta-feira (18), o governador Eduardo Leite participou de café da manhã com empresários, promovido pela Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias do Sul. Na cidade, onde acompanhou ainda a abertura da 33ª Festa da Uva, o chefe do Executivo gaúcho afirmou que não concorrerá à reeleição, mas admitiu que se sente vocacionado para a vida pública. Disse ainda que está conversando com um grupo de pessoas sobre condições para criar um caminho alternativo no cenário nacional, e que tem coragem para se colocar à disposição.
“Eu não acho que estas eleições devam ser vencidas porque os outros são piores, mas para mostrar um projeto melhor, um caminho melhor. Essa é a minha visão, e muita gente acredita nisso e estamos conversando, sim, sobre criar uma alternativa com serenidade, com tranquilidade", disse.
Leite ressaltou que política se faz assumindo riscos, e disse que tem coragem para se colocar à disposição como um caminho alternativo. "A gente não entra em aventura, mas entende que são riscos que podem ser tomados. Eu me realizo, como disse, com o sentimento de missão, na vida pública, e se for, de fato, algo consistente, e a gente tenha apoio para isso, tenho coragem de me colocar à disposição para apresentar um caminho alternativo”, enfatizou.
O governador, que fez uma apresentação dos principais feitos e desafios de sua gestão - sob o título “O Rio Grande do Sul virou o jogo”-, foi provocado pelo presidente da CIC Caxias, Celestino Oscar Loro, a revelar seu futuro político, momento no qual destacou que sente que pode "passar o bastão adiante". “Eu tenho sido demandado por diversas pessoas que entendem que a reeleição seria interessante. E agradeço, isso me envaidece, sou um ser humano, e tenho minhas vaidades também, como qualquer um. Mas entendo que minha missão foi e está sendo cumprida neste período, e que a gente pode passar o bastão adiante, garantindo a continuidade do projeto para o estado. Mais importante do que a pessoa é o projeto”, afirmou.
Ele criticou ainda a polarização da disputa à Presidência da República e o tom agressivo da pré-campanha. Depois de elencar as principais medidas que levaram o Estado ao equilíbrio fiscal, como redução de gastos e pagamento dos salários dos servidores em dia depois de 57 meses de atraso, Leite mencionou as dívidas com a União e com precatórios como duas situações que ainda deverão ser resolvidas nos próximos anos, especialmente a regularidade e pontualidade nos pagamentos.
E disse acreditar que o Rio Grande do Sul vive um novo ambiente econômico, com menos burocracia e mais digitalização, facilitando a vida do cidadão e do empresário, tendo retomado a capacidade de investimento público. A projeção, segundo ele, é de alcançar R$ 5 bilhões em investimentos com recursos próprios no ano de 2022. “O governo gaúcho voltou a fechar o ano no azul, com superávit de R$ 2,55 bilhões”, comemorou, referindo-se ao resultado das reformas, privatizações e aumento de arrecadação.
O presidente da CIC pediu ao governador que olhasse para a Serra como uma usina de inovação, de propulsão de desenvolvimento e empreendedorismo, e entregou a ele demandas da classe empresarial, especialmente voltadas à necessidade de investimentos em infraestrutura e logística.