Em encontro com o governador Eduardo Leite, nesta quarta-feira (6), prefeitos do Consórcio dos Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre (Granpal) e o
presidente da Famurs, Maneco Hassen, debateram estratégias para uma possível aquisição própria de vacinas contra a Covid-19 caso o governo federal não apresente avanços reais sobre o tema nos próximos dias.
Durante a reunião, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, segundo divulgação feita pelo Palácio Piratini, enviou mensagem ao grupo afirmando que a medida provisória que viabilizará a aquisição das vacinas por parte do governo federal deve ser assinada ainda nesta quarta. Ainda segundo assessoria do governo do Estado, Pazuello também sinalizou ao grupo que divulgará hoje a estratégia de vacinação no país, com previsão de início ainda em janeiro.
Hassen, no entanto, assegura que se os prazos não forem cumpridos os gestores municipais começarão a se movimentar para encontrar uma solução e pressionar o Piratini para que também o faça.
“Todos os prefeitos colocaram no encontro sua preocupação com a falta de segurança, atitude, informações e demora do governo federal. Solicitamos ao governo do Estado que acelere o processo no Rio Grande do Sul para viabilizar a imunização”, alertou Hassen.
O presidente da Famurs coloca ainda que os prefeitos estão sinalizando inclusive colocar recursos “que nem tem” para a compra de vacinas, mas que por necessidade emergencial seria feito.
“Esperamos, com preocupação, que o governo federal cumpra sua parte, compre e distribua as vacinas. Vamos aguardar até meados de janeiro, final do mês... Se isso não for feito, o povo não poderá ficar desamparado. Governo do Estado e municípios vão realizar a tarefa e fazer a aquisição direta”, antecipa o presidente da Famurs.
Ainda que todos os prefeitos no encontro pressionem por um "Plano B" para a vacinação, Leite colocou ter confiança na coordenação federal por parte do processo de vacinação, via Programa Nacional de Imunizações (PNI).
“Não faz sentido que, em um país como o Brasil, com 45 anos de tradição em campanhas de vacinação, os municípios e os Estados partam para uma disputa, como o que foi visto na aquisição de respiradores”, ponderou o Leite.
Melo, no dia da posse no comando da Capital, em 1 de janeiro, foi enfático ao defender a compra de vacinas pelo Granpal caso a União não avance na questão. Hoje, disse apenas que o “espaço conurbado”, que caracteriza a Região Metropolitana, deve ser gerido em temas da pandemia de forma conjunta, tanto na questão da vacinação quanto nos assuntos relativos ao distanciamento controlado.
A reunião no Palácio Piratini ocorreu por meio de videoconferência, com a participação presencial, além de Leite e Melo, do vice-governador Ranolfo Vieira Júnior, dos secretários Luís Lamb (Inovação, Ciência e Tecnologia e coordenação do Comitê de Dados), Arita Bergmann (Saúde) e Agostinho Meirelles (Articulação e Apoio aos Municípios).
De modo virtual, participaram o presidente da Famurs e os prefeitos Jairo Jorge (Canoas), Volmir Rodrigues (Sapucaia do Sul), Leonardo Pascoal (Esteio), Valdir Bonotto (Viamão), José Arno Appolo (Alvorada), Miki Breier (Cachoeirinha), Luiz Zaffalon (Gravataí), Ernani de Freitas Gonçalves (Eldorado do Sul), Marcelo Maranata (Guaíba), Fátima Daudt (Novo Hamburgo), Ary Vanazzi (São Leopoldo), Rodrigo Batistela (Nova Santa Rita), Paulo Corrêa (Glorinha) e Rodrigo Massulo (Santo Antônio da Patrulha).