Durante os dois dias de descanso na serra gaúcha neste final de semana, o prefeito eleito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), teve tempo para pensar no perfil do seu futuro secretário da Saúde. Conforme Melo, o titular da pasta deverá preencher quatro requisitos - como, por exemplo, estar ciente que o emedebista quer manter aberto o comércio na cidade. A pasta da Saúde será uma das mais importantes no próximo governo, porque, provavelmente, terá que lidar com uma segunda onda de Covid-19 e conduzir a vacinação na cidade.
Enquanto se deslocava de volta a Porto Alegre, na tarde deste domingo (6), Melo falou com a reportagem por telefone. Depois de dar o pontapé inicial na transição de governo, o prefeito eleito e sua esposa, Valéria Leopoldino, partiram para a serra gaúcha na sexta-feira, onde tiraram dois dias para descansar.
Na última semana de campanha, o emedebista estava visivelmente extenuado. No discurso da vitória, era perceptível o cansaço e a emoção do prefeito eleito. Naquela ocasião, ele próprio relatou que, ao longo da campanha, dormiu poucas horas em muitas noites e se esqueceu de almoçar em vários dias.
Por isso, foi descansar longe de Porto Alegre. Foi na Serra que pensou sobre o futuro secretário de Saúde. "Meu secretário da Saúde deve estar inteirado da questão da Covid-19. Não pode brincar com isso. Segundo, deve ser um secretário que saiba que existe um prefeito que não quer fechar a cidade, que quer casar a economia com a saúde, em um equilíbrio com os protocolos de segurança. Mas que não pretende fechar a cidade. Terceiro, deve ser um secretário que entende que a saúde pública pode ser prestada tanto pelo agente público quanto pelos parceiros privados, conveniados", resumiu Melo.
O quarto requisito, ressaltou o emedebista, vale para todos os futuros secretários. "Tem um requisito básico para todos os secretários: ter perfil de diálogo". Apesar de já ter delineado o perfil do secretário da Saúde, o emedebista evita mencionar nomes. O anúncio do novo secretariado - ou, pelo menos, parte dele - só deve ocorrer a partir do dia 12 de dezembro. Certo é que a escolha do futuro secretário não vai se limitar aos quadros dos partidos aliados. "Pode ter filiação partidária, pode não ter", adianta Melo.