Roberto Xavier Lopes
Em 2018, durante uma imersão que vivi na universidade de Berkeley, na Califórnia, ouvi algo que nunca esqueci: "Don't start a business. Start a movement." Aquela frase me marcou profundamente, porque falava sobre criar algo com propósito e impacto coletivo, que transforma não apenas as pessoas, mas todo o entorno.
Essa provocação voltou à tona com força durante mais uma edição do South Summit Brazil, aqui em Porto Alegre. O que acontece a cada edição e cada vez com mais força é que esse já icônico evento vai muito além de inovação e networking. Trata-se de um movimento, que conecta pessoas inquietas, novas ideias e ambições legítimas de transformar realidades — um espaço onde o futuro é desenhado de forma colaborativa.
Tive a honra e alegria de participar de um painel sobre ecossistemas de inovação, em que discutimos como a colaboração é um ativo estratégico cada vez mais relevante nesse mundo em rede em que vivemos. Quando existe confiança, visão compartilhada e abertura para cocriação, surgem oportunidades que não seriam possíveis em estruturas isoladas. Ecossistemas não são sobre competir, mas sobre ampliar o impacto através de parcerias verdadeiras e, por vezes, até mesmo improváveis.
E neste ano, o evento teve um fator ainda mais especial. O Cais Mauá, espaço onde tudo acontece, esteve semanas embaixo d'água por conta das fortes chuvas que atingiram Porto Alegre. Ver aquele lugar reconstruído e vibrante emociona qualquer um, principalmente aqueles que vivenciaram de perto as enchentes. Um símbolo tangível de resiliência do nosso ecossistema.
Sobre as principais temáticas, muito se falou sobre inteligência artificial e a forma como ela vem impactando os negócios e a forma de trabalhar, com entrega de valor cada vez mais consistente.
A IA deixou de ser tendência e passou a ser entrega. Está gerando valor real, especialmente na melhoria da experiência dos clientes, na personalização em escala e na antecipação de necessidades.
O South Summit mostra que estamos vivendo um capítulo especial da nossa história. Da história do nosso ecossistema. Um momento onde inovação, colaboração e propósito se encontram para construir algo muito maior. Isso não é só um evento. É um movimento. E eu quero fazer parte dele.
Empresário, sócio da BetaHauss