Maximiliano Ledur
No dia 23 de abril, o mundo inteiro celebra a importância dos livros. O Dia Mundial do Livro, instituído pela UNESCO em 1995, homenageia a memória de grandes nomes da literatura, como Miguel de Cervantes e William Shakespeare. A data nos convida a uma reflexão sobre a relevância histórica dos livros — mas, acima de tudo, é também um gesto de esperança: uma forma de olhar para o futuro com os olhos abertos da leitura.
Em um mundo em constante transformação, onde a velocidade da informação muitas vezes não deixa espaço para a reflexão, o livro continua sendo um espaço de pausa, de profundidade e de liberdade. Enquanto a sociedade vive o ritmo da digitalização, o livro permanece como uma das mais poderosas tecnologias sociais: ele conecta gerações, fortalece o pensamento crítico e mantém viva a pluralidade de ideias.
Há poucos dias, na primeira edição da Feira do Livro da Restinga, tive a oportunidade de presenciar a potência dessa conexão entre as pessoas e os livros. Vi pais apresentando livros aos filhos, crianças descobrindo histórias pela primeira vez, jovens compartilhando suas leituras, turmas de alunos tendo o privilégio de conhecer de pertinho e conversar com um escritor. A Restinga mostrou que o livro, quando chega, transforma. E é justamente por isso que ele não pode — e não deve — ser privilégio de poucos. O livro precisa ser direito de todos.
A descentralização do acesso ao livro é um dos compromissos da Câmara Rio-Grandense do Livro, garantir que a leitura chegue a todos os cantos da cidade, especialmente às periferias e comunidades onde o livro muitas vezes chega por último — ou nunca chegou. Quando o livro circula de forma democrática, ele cumpre seu papel transformador e aproxima as pessoas do conhecimento, da imaginação e da cidadania. E isso só é possível porque contamos com associados que valorizam e apoiam essa missão tão necessária.
Neste Dia Mundial do Livro, a Câmara Rio-Grandense do Livro renova seu propósito com a promoção da leitura, com o fortalecimento da cadeia produtiva do livro e com a valorização de todos os profissionais que ajudam a contar histórias. Acreditamos que, com políticas públicas, incentivo constante e trabalho conjunto, é possível construir um futuro mais leitor, mais crítico e mais justo.
Presidente da Câmara Rio-Grandense do Livro