Roberto Brenol Andrade
Noticiários alertam para a superlotação da rede hospitalar de Porto Alegre. Tanto é assim que o setor de saúde da Prefeitura solicitou auxílio de R$ 20 milhões para aumentar os atendimentos. Uma das causas apontadas é a demanda vinda de pacientes da Região Metropolitana, pelos mais diversos motivos, inclusive com a paralisação de serviços hospitalares em cidades vizinhas pela falta de verbas e a consequente rebeldia de servidores. Ora, Porto Alegre tem hospitais públicos bons, grandes e atuantes no atendimento pelo Sistema Único de Saúde, o popular SUS, mas com superlotação.
Há tempos, por problemas administrativos e financeiros, o Grupo Hospitalar Conceição, com três grandes unidades, Conceição, Cristo Redentor e Fêmina, foi incorporado pelo governo federal e reforçou a rede de atendimento público à saúde na Capital. Bem antes, o então prefeito José Montaury criou, em 1898, sob a direção do médico Luis Nogueira Flores, a Assistência Municipal, que funcionou na parte baixa do Palácio Municipal. Com o passar do tempo, as instalações se tornaram exíguas, foi quando o prefeito José Loureiro da Silva recebeu do médico Bruno Atílio Marsiaj, diretor da Assistência Municipal, a proposição de um hospital que juntasse pronto atendimento, ensino e produção científica. Nascia o Hospital de Pronto Socorro, inaugurado em 19 de abril de 1944, com atendimentos de urgências e emergências, inclusive queimaduras, que continua no mesmo local desde então, já teve ampliação e deverá ter mais uma, em terreno contíguo. Também temos o Presidente Vargas, Materno-Infantil, e que terá outra unidade, segundo prometeu o prefeito Sebastião Melo.
Porto Alegre tem hospitais próprios dos planos de saúde, atendendo convênios pagos ou restritos a categorias profissionais. Temos o Hospital Porto Alegre, da Associação dos Funcionários Municipais (AFM), o Ernesto Dornelles, que atende servidores estaduais. Há o Petrópolis, do qual há tempos pouco se sabe. Também o Beneficência Portuguesa. Além desses, hospitais particulares, um ou outro com atendimento pelo SUS. Particulares ou atendendo planos de saúde, o Moinhos de Vento, na origem Hospital Alemão, é referência. O fato é que não se pode aceitar o que acontece atualmente, pessoas esperando meses por consultas especializadas ou intervenções cirúrgicas não urgentes pelo SUS. Pacientes e suas famílias sofrem com tamanha e cruel espera. Que haja uma solução breve.
Jornalista