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Publicada em 29 de Março de 2025 às 13:32

Mais árvores para nos salvar

ARTE/JC
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Vicente Rauber
Vicente Rauber
O excesso de calor deste verão tornou-se insuportável em Porto Alegre, no RS e no Brasil. Desta vez, ultrapassamos qualquer limite de resistência e salubridade dos verões anteriores incluindo o "La Niña". A sensação térmica é insuportável, especialmente em meio aos asfaltos e edificações. A grande incidência dos raios UV - ultravioletas - torna a insolação muito agressiva. E ainda passamos por mais uma intensa seca.
Temos prejuízos na produção urbana e agrícola e à saúde das pessoas e ambientais. No ano passado já ultrapassamos o limite de aumento de 1,5%, índice que continua subindo; precisa ser estagnado. A degradação ambiental deixa a natureza desajustada, podendo ocorrer desastres climáticos a qualquer momento, situação que piora com o aumento da Camada de Ozônio. Precisamos superar nosso atraso na reservação de água para irrigação e outros usos.
Nos meios urbanos é necessário resolver por completo o saneamento básico - água tratada, coleta e tratamento de esgotos e lixos, sem esquecer da drenagem urbana e proteção contra cheias. Aqui no RS possuímos conhecimento suficiente e finanças podem ser mobilizadas.
Para enfrentar o clima descontrolado e a poluição cabe o exemplo de Medellin-Colômbia. Cidade com 2,5 milhões de habitantes, situada num grande vale cercado por enormes montanhas. Nem o calor e nem a poluição conseguiam ser dissipadas. Segundo a Universidade local, em 2016 houve 1971 mortes prematuras.
A solução veio com a implantação de 30 corredores verdes nas margens de todas as avenidas, rios e arroios e ampliação dos parques. Sementes das árvores locais, incluindo frutíferas (manga principalmente) foram misturadas e semeadas. Verdadeiros matos convivem com a cidade, com a temperatura sempre agradável. No município como um todo, a temperatura média reduziu em aproximadamente 3°C. Para reduzir mais a poluição estão sendo introduzidos veículos elétricos. O exemplo é reconhecido e premiado mundialmente. Pode ser aplicado perfeitamente em Porto Alegre e em qualquer município. O seu custo é menor do que os prejuízos causados pelo excesso de calor. Basta vontade política.
Engenheiro especialista em Planejamento Energético e ambiental
 

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