Everton Braz
O ano de 2025 começou, e com isso, os desafios tradicionais da política. Após o Rio Grande do Sul ter passado pela maior tragédia climática de sua história, ocorreram as eleições em outubro, quando os gaúchos foram às urnas com a expectativa de eleger quem terá comprometimento com o trabalho para superar, de vez, as dificuldades causadas pela enchente.
Contudo, como qualquer início de legislatura, é comum vermos trocas de farpas entre vereadores, discussões superficiais e uma série de bravatas no plenário com o (único) propósito de render cortes nas redes sociais, não avançando em temas que realmente importam e sejam de interesse público - e não "de público". Agora, o foco deve ser em assuntos para melhorar a qualidade de vida da nossa população e atacar os problemas reais do dia a dia.
Não podemos mais perder tempo. Oito meses depois do colapso provocado pelas chuvas, é necessário que as novas composições parlamentares das 497 cidades do nosso Estado dialoguem a fim de construir uma convergência sobre quais são as pautas que mexem com a vida da sociedade, que são de interesse público, considerando todos os aspectos inerentes ao contexto atual.
Vereadores e vereadoras de esquerda, centro e direita: precisamos firmar um pacto com o futuro, com o objetivo de realizar as transformações que o Rio Grande do Sul precisa. Mas como fazer isso quando discutimos questões de gênero ou apelamos para ideologias sem nexo, desrespeitando o eleitor que depositou o seu voto de confiança no fim de 2024? Depois, não adianta reclamarmos do que deixamos de fazer em cada um dos municípios gaúchos.
O início de 2025 apresenta práticas já conhecidas da política, mas os vereadores precisam ter em mente o que está em jogo. E a população está cansada de retrocessos. Precisamos convergir na escolha dos debates em prol do interesse público, valorizando quem escolheu os atores responsáveis pela política nas cidades. Temos muito trabalho a fazer, e o Rio Grande precisa de nós.
É preciso ter coragem neste momento de construir a convergência. O mais cômodo é optar pelo lugar comum da divergência vazia, às vezes simplesmente por ser de direita ou esquerda. O revolucionário, neste caso, é construir a paz e a solução para conflitos e problemas.
Presidente do Podemos RS