Seria justo falarmos em esportes individuais? Pelo conceito técnico, sim. Mas e pela realidade? Até mesmo Ayrton Senna, o maior nome brasileiro dos esportes individuais, ressaltou isso com clareza: "Eu sou parte de uma equipe. Então, quando venço, não sou eu apenas quem vence. De certa forma, termino o trabalho de um grupo enorme de pessoas!" Agora imagine um chef de cozinha responsável por um restaurante duas estrelas Michelin. Fantástico, ele, né? Sim, mas nunca sozinho. Em entrevista ao Roda Viva, o chef brasileiro Alex Atala deixou isso claro: "O time vive sem o chef, e o chef não existe sem este time." O estilista Karl Lagerfeld, então diretor criativo da Chanel, também resumiu essa ideia de forma simples e direta: "Eu acredito apenas em times."

Essa verdade se reflete nos demais esportes. Michael Jordan é conhecido pela célebre frase: "O talento vence jogos, mas só o trabalho em equipe ganha campeonatos." Pelé reforça ainda mais: "Nenhum indivíduo pode ganhar um jogo sozinho." E Doc Rivers, treinador campeão da NBA com o Boston Celtics, aplicou o conceito de Ubuntu para transformar seu grupo em um verdadeiro time. Essa filosofia africana, que pode ser traduzida como "Eu sou porque nós somos", ensina que o indivíduo só pode prosperar em conexão com os outros.

Historicamente, as comunidades sempre foram essenciais para nossa sobrevivência. Desde os primórdios, dependíamos de grupos para caçar, proteger e sustentar uns aos outros. Hoje, as comunidades seguem sendo fundamentais, até no mundo digital — quem não se lembra das comunidades do Orkut? E se você precisa de mais provas, os números falam alto: um estudo da McKinsey de 2023 revelou que empresas com maior diversidade nas lideranças têm 39% mais chances de obter melhores resultados financeiros.

Então, se você acredita que pode fazer tudo sozinho, lembre-se: "Nenhum de nós é tão inteligente quanto todos nós."