Fernando Quintana D.
Os desafios e soluções relacionados à gestão integrada de águas urbanas devem envolver e priorizar a importância dos planos diretores das cidades e a coordenação entre a gestão dos recursos hídricos e o monitoramento ambiental das bacias hidrográficas.
Entre os principais pontos envolvidos estão a falta de planejamento da urbanização, especialmente nas áreas de risco, a impermeabilização do solo e o impacto das mudanças climáticas nas inundações urbanas.
Essas premissas nos levam, necessariamente, a compreender que todo esse espaço público deve ter uma gestão integrada dos recursos hídricos na bacia hidrográfica e das águas urbanas (saneamento e drenagem urbana).
Vivemos no Estado o reflexo dos erros acumulados, ano após ano, na gestão dos resíduos urbanos. Redes de drenagem pluvial estão contaminadas com esgoto cloacal e lixo urbano. Ou seja, sistemas com baixíssima eficiência, o que aumenta a perda de sustentabilidade dos mesmos.
Esses desastres foram muito didáticos para mostrar que, no zoneamento relativo ao uso do solo, não foram contempladas pelos municípios as modificações do meio natural, devido à crescente falta de áreas permeáveis nas cidades.
Esse conjunto de impactos evidencia a falta de sustentabilidade do modelo atual de urbanização, baseado na concentração urbana e na ocupação de todos os espaços com superfícies impermeáveis.
Os alagamentos tornam-se mais frequentes a cada novo evento climático. As redes de drenagem pluvial e de esgotamento cloacal não só sofrem entupimentos, mas também continuam sendo afetadas em sua estrutura. Tubos rígidos, como os de concreto, sofrem trincas e rupturas devido à movimentação do solo, com o consequente risco de vazamentos e/ou infiltrações na rede. Isso sobrecarrega a drenagem secundária e impacta a macrodrenagem que atravessam as cidades.
Vivemos um momento de urgência ambiental e de saúde pública, o que torna inevitável ampliar o horizonte na Engenharia de Materiais, em busca de novas tecnologias que atendam à confiabilidade e à segurança das redes de drenagem pluvial nos centros urbanos.
Hoje, no Brasil, um dos maiores avanços tecnológicos das últimas décadas é a produção nacional de tubos em polietileno de alta densidade (PEAD), de paredes estruturadas em grandes diâmetros. Segundo Osvaldo Barbosa, especialista em tubos e dutos, esses tubos aumentam o desempenho hidráulico, a vida útil e a produtividade dos sistemas de drenagem. "Esses tubos possuem dupla parede: a parede interna lisa permite a máxima performance hidráulica, enquanto a parede externa corrugada proporciona resistência estrutural ao tubo, permitindo suportar cargas de aterro e tráfego na superfície."
Cônsul Honorário do Equador