Lucas Loeblein
Com a vitória de Donald Trump sobre a democrata Kamala Harris nas eleições norte-americanas, a direita mundial renovou seu capital político. Reflexos serão percebidos em todas as nações ao redor do globo, incluindo o Brasil. Por aqui, apesar das projeções indicarem troca de farpas entre os governantes, há que se reconhecer o gesto do presidente Lula em, rapidamente, parabenizar o republicano que saiu vencedor do pleito eleitoral.
Com o tempo e a futura posse de Trump, espera-se que a relação Brasil-Estados Unidos esfrie. Não obstante, especialistas em política internacional de todo o mundo ressaltam que, a partir da eleição do republicano, a China e a Rússia tendem a aumentar suas influências sobre o sul global, em especial o Brasil, haja vista as evidentes diferenças de pensamento entre Lula e Trump, que tenderão a se acentuar conforme o passar do tempo. No Brasil, por exemplo, de pronto foi percebida uma disparada no Dólar, indicativo da reação nervosa do mercado de câmbio.
No que tange à diplomacia, o ideal é que a relação de parceria comercial seja não somente mantida, mas também ampliada. Trump e Lula, apesar das divergências públicas, sabem do potencial econômico-financeiro que o mercado de exportações e importações entre os dois países possui. Mais do que isso: Trump precisará dar o braço a torcer se quiser manter a influência norte-americana sobre as terras tupiniquins, sob pena de, diante de seus olhos, a China inundar o Brasil com investimentos pesados, de modo a ampliar sua participação no mercado nacional.
Por fim, é válido mencionar que a população norte-americana elegendo Trump para um segundo mandato demonstra uma nova guinada do ocidente para a direita e extrema direita, o que merece atenção dos especialistas em política internacional, haja vista que, ao observar as demais grandes nações, nota-se que a extrema direita vem ganhando cada vez mais espaço no pós-pandemia, sinal claro de descontentamento da população que deposita no populismo suas esperanças para uma condição de vida mais barata.
Advogado