Márcio Pizzato
A saúde no Rio Grande do Sul enfrenta inúmeros desafios para a sua sustentabilidade, apesar dos avanços em tecnologia e inovação. O contexto envolve um cenário de pós-pandemia, de saturação do sistema, de superlotação na rede hospitalar e, mais recentemente, da catástrofe climática que assolou o Estado. Diante deste quadro, é fundamental avaliarmos o momento atual e quais são as perspectivas para o futuro da saúde.
Uma realidade é o aumento da expectativa de vida que projeta para o Rio Grande do Sul um crescimento do envelhecimento da população gaúcha. Neste contexto, sabemos o quão relevante é o papel da Medicina neste processo de transformação e longevidade. Entretanto, essa mudança gera impactos importantes na saúde, ampliando nosso olhar atento para o tema.
O atual diagnóstico do setor ainda apresenta desafios como a hiperjudicialização e o alto custo de tratamentos. Outro fator é abrir caminhos para a ampliação do acesso ao sistema de saúde suplementar, que hoje cobre cerca de 25% da população brasileira. Essa expansão pode beneficiar os usuários e aliviar o sistema público, além de incentivar o desenvolvimento econômico com mais investimentos na área.
Também precisamos de novos modelos de cuidados com a saúde, como o VBHC (Value-Based Health Care), que prioriza a jornada do paciente e os resultados, e não o volume de atendimentos. A transição para esse formato, porém, exige mudanças operacionais e apoio de políticas públicas.
A transformação digital e a interoperabilidade também ocupam papéis relevantes. Associadas aos demais tópicos, criam um ambiente que pode combinar otimização de informações e processos com maior agilidade e redução de custos. Isso assegura equilíbrio financeiro de operadoras e hospitais, condição importante para a continuidade dos negócios e mais eficiência no atendimento ao paciente.
Pensando nisso, a Unimed Porto Alegre e o Grupo Bandeirantes RS promovem no dia 7 de novembro, o Fórum Visão Saúde 360º. Com foco na reconstrução e na sustentabilidade, o evento reunirá lideranças empresariais e da área pública, especialistas e convidados para uma ampla discussão. É essencial que o setor privado se engaje nas evoluções necessárias, com a premissa de garantir mais solidez, acessibilidade e integração. Certamente, será uma grande contribuição na busca por soluções que impactem diretamente a qualidade de vida e o bem-estar da população gaúcha.
Presidente do Conselho de Administração da Unimed Porto Alegre