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Publicada em 15 de Outubro de 2024 às 16:58

A importância histórica dos servidores do quadro especial em extinção do RS

Sylio Alfredo Petzhold, diretor de Assuntos Previdenciários e Saúde do Sintergs

Sylio Alfredo Petzhold, diretor de Assuntos Previdenciários e Saúde do Sintergs

Sintergs/Divulgação/JC
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Sylio Alfredo Petzhold
Sylio Alfredo Petzhold
O desejo do governo do Estado de estimular a pesquisa agropecuária foi a razão para a criação, em 1993, do Quadro Especial em Extinção (QEE), Lei 9.963 de 1993, na Secretaria de Ciência e Tecnologia. Para lá foram transpostos servidores dos Institutos de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor (IPVDF), de Pesquisas em Recursos Naturais Renováveis (IPRNR), de Pesquisas Zootécnicas Francisco Osório (IPZFO) e de Pesquisas Agronômicas (IPAGRO), que já exerciam suas atividades em pesquisa, diagnóstico e produção, inclusive em parceria com universidades e mantendo convênios com Alemanha e Reino Unido. Pesquisadores de excelência, com alta capacidade técnica, em sua maioria com especialização, mestrado, doutorado, pós-doutorado, com centenas de publicações em periódicos nacionais e internacionais.
Em 1994, foi criada a Fepagro, vinculada à Secretaria da Ciência e Tecnologia, sendo os servidores do QEE a ela cedidos. Na área vegetal, houve valiosas contribuições, destacando ainda o Museu Entomológico e as Estações Meteorológicas. Na área animal, houve a seleção zootécnica de animais, o diagnóstico de zoonoses (enfermidades transmissíveis entre animas e humanos), produção de vacinas, soros e insumos para diagnóstico.
Os servidores do IPVDF foram os pioneiros no Brasil em produzir a vacina contra a Febre Aftosa, em 1944, e pioneiros a produzir a Vacina Oleosa contra a Febre Aftosa, aprovada para uso comercial, em 1983. Essa vacina foi a responsável pela erradicação da Febre Aftosa no RS e depois no Brasil.
O mundo divide-se em países com e sem febre aftosa. Como seria a arrecadação do RS se estivesse impedida a circulação e exportação de animais e produtos agropecuários?
O RS é o que é também por seus servidores, pois o que seria da agropecuária sem o efeito sinérgico entre servidores e agronegócio? Nos últimos 10 anos seus servidores receberam apenas 6% de reposição. Um Governo consciente e empático respeita aqueles que dedicam e dedicaram suas vidas ao serviço público. O Quadro Especial em Extinção não pode ficar esquecido. Merece uma atenção especial por parte do governo. Quem não valoriza o passado, não é merecedor de um bom futuro.
Médico Veterinário, diretor de Assuntos Previdenciários e Saúde do Sintergs 

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