Porto Alegre,

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 10 de Outubro de 2024 às 18:01

Combatendo o assédio eleitoral no trabalho

Guilherme Carraro Ficagna, advogado do escritório FSS

Guilherme Carraro Ficagna, advogado do escritório FSS

Arquivo pessoal/Divulgação/JC
Compartilhe:
JC
JC
Guilherme Ficagna
Guilherme Ficagna
O assédio eleitoral no ambiente de trabalho é uma prática preocupante que pode comprometer a liberdade de escolha dos colaboradores e criar um clima hostil. Esse fenômeno ocorre quando empregadores ou colegas tentam influenciar, de maneira coercitiva ou manipulativa, as decisões de voto dos funcionários, muitas vezes usando seu poder de hierarquia ou vínculos de dependência.
O assédio eleitoral pode se manifestar de várias formas, incluindo coação direta, que consiste em pressão explícita para que o funcionário vote em determinado candidato ou partido, com ameaças de consequências negativas, como demissão ou não promoção; manipulação indireta, que consiste em insinuações ou comentários que visam moldar a opinião do trabalhador, sem uma pressão direta, mas criando um ambiente onde a escolha parece limitada; retaliação, informando que ameaças de represálias para aqueles que não seguem as orientações do superior ou do grupo, levando a um clima de medo ou uso de recursos da empresa, a qual se utiliza de recursos da empresa para mobilização de funcionários para eventos políticos ou campanhas em horário de trabalho, utilizando o tempo e recursos da empresa para fins eleitorais.
Para evitar o assédio eleitoral e garantir um ambiente de trabalho saudável, é fundamental promover um clima de respeito e liberdade. Algumas estratégias são educação e conscientização, a qual consiste em realizar workshops e treinamentos sobre os direitos dos trabalhadores em relação ao voto, destacando que a escolha é pessoal e inquestionável; política de tolerância zero, a qual estabelece uma política clara contra o assédio eleitoral, informando sobre as consequências para quem tentar influenciar ou coagir colegas; espaço para diálogo, consistindo criar canais de comunicação onde os funcionários possam expressar suas preocupações e denunciar práticas inadequadas sem medo de retaliação; promoção da diversidade, incentivando valorizar a pluralidade de ideias e opiniões dentro da empresa, incentivando um ambiente onde diferentes perspectivas políticas possam coexistir pacificamente e, respeito à privacidade, reforçando que a escolha de voto é uma decisão pessoal, e que ninguém deve se sentir obrigado a compartilhar sua opinião ou decisão.
Em suma, combater o assédio eleitoral no trabalho é essencial para promover um ambiente saudável e produtivo. A liberdade de escolha deve ser protegida e respeitada, garantindo que todos possam exercer seu direito de voto de maneira segura.
Advogado do escritório FSS
 

Notícias relacionadas