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Publicada em 28 de Agosto de 2024 às 18:09

Menos cigarro para uma vida mais longa

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Rafaela Kirchner Piccoli
Rafaela Kirchner Piccoli
Todos os anos, é como se uma Suíça inteira morresse em decorrência do tabaco no mundo. São mais de 8 milhões de pessoas, incluindo 1,3 milhão que não fumam - aqueles conhecidos como fumantes passivos. Em geral, as mortes ocorrem pelo aumento dos fatores de risco que o hábito acarreta, como problemas cardiovasculares e respiratórios e, na ampla maioria, diversos tipos de câncer - com destaque para o de pulmão.
O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima 477 óbitos diários relacionados ao tabagismo - por todas as causas -, em uma soma que beira 172 mil por ano. Aqui no RS, em 2022, esse tumor representou 17% do total das mortes por neoplasias. Apesar dos números, ainda existem cerca de 1,3 bilhão de pessoas no mundo usuárias de tabaco.
Iniciativas como o Dia Nacional de Combate ao Fumo são algumas das tantas que foram criadas para reduzir o consumo desse tipo de produto no país. Mudanças na legislação e até mesmo restrições na propaganda de cigarros vem surtindo efeito ao longo dos anos. Embora tímida, a diminuição do número de fumantes com 18 anos ou mais no Brasil é real. Em 2003, o percentual dessa população era de 11,3%. Uma década depois, caiu para 9,3%, segundo dados do Vigitel.
Não por sorte, mas por esforços contínuos, nossa nação tem sido um exemplo no combate ao tabagismo. Nos últimos anos, é reconhecida pela OMS, ao lado de Turquia, Ilhas Maurício e Holanda por ter adotado uma série de ações para reduzir o número de fumantes. Contudo, ainda temos bastante estrada pela frente. Além de um número elevado de mortes, anualmente, o poder público gasta cerca de R$ 125 milhões com tratamentos para doenças e incapacitações provocadas pelo uso de tabaco.
Mais recentemente, outro fenômeno tem sido observado com cautela pela classe médica: o uso de cigarros eletrônicos, principalmente, entre adolescentes. Apesar dos efeitos a longo prazo ainda não serem totalmente conhecidos, já existem evidências dos potenciais malefícios relacionados ao seu uso, como pneumonite, bronquite, asma e EVALI, como é denominada a lesão pulmonar associada a esses dispositivos.
Como nação, estamos no caminho certo para reduzir ainda mais o consumo e as mortes em decorrência do cigarro. Por outro lado, não podemos deixar os bons resultados enfraquecerem nossos esforços. Deixar de fumar é o primeiro passo para se distanciar de uma série de doenças e, principalmente, do câncer de pulmão.
Oncologista, coordenadora do Centro de Alta Complexidade de Oncologia do Hospital de Clínicas Ijuí e professora Faculdade de Medicina Unijuí
 

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