Daniel Sauer Wolff
O Hospital Pronto Socorro de Canoas (HPSC), uma das principais referências em atendimento de urgência e emergência na Região Metropolitana de Porto Alegre, está desabrigado após ser severamente afetado pelas enchentes. A situação gerou um impacto significativo na prestação de serviços de saúde para a população local e regional.
As enchentes que atingiram Canoas danificaram gravemente as instalações, tornando impossível a continuidade das operações no local. A inundação comprometeu equipamentos, medicamentos e áreas críticas do hospital, obrigando a evacuação imediata e a realocação dos pacientes e de seus profissionais para outras unidades de saúde do município.
Em resposta a esta emergência, todos foram transferidos para o Hospital Nossa Senhora das Graças e para o Hospital Universitário. Esses hospitais estão agora sobrecarregados, tentando absorver a demanda adicional de pacientes e garantindo a continuidade do atendimento médico.
A transferência dos profissionais de saúde trouxe desafios significativos. Além de se adaptarem rapidamente a novos ambientes de trabalho, os médicos, enfermeiros e técnicos enfrentam a tarefa de manter a qualidade do atendimento, sob condições de trabalho intensificadas. A união e a resiliência desses profissionais são fundamentais para superar esta crise.
O HPSC serve como referência em trauma para mais de 100 municípios. Em sua estrutura os pacientes podem ser levados ao bloco cirúrgico em menos de cinco minutos, uma eficiência crucial para salvar vidas. A ausência de um hospital com essa premissa coloca em risco a saúde e a vida de muitas pessoas que dependem desse atendimento rápido e especializado.
É imperativo que autoridades locais e estaduais atuem de maneira decisiva para restaurar as instalações do HPSC e garantir que possa retomar suas atividades o mais rápido possível.
O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) está atuando e cobrando das autoridades medidas para a reestruturação do hospital. Enquanto isso, a prioridade é assegurar que os pacientes recebam o cuidado necessário e que os profissionais de saúde tenham o suporte adequado para desempenhar suas funções.
O desabrigamento do HPSC é um desafio monumental, mas com a colaboração da comunidade e a ação eficaz das autoridades, é possível superar essa adversidade e fortalecer o sistema de saúde para o futuro.
Médico pediatra e diretor do Simers