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Publicada em 22 de Julho de 2024 às 01:25

Saneamento em terra de extremos

Presidente da Corsan, Samanta Takimi

Presidente da Corsan, Samanta Takimi

/THAYNÁ WEISSBACH/JC
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Samanta Takimi
Samanta Takimi
Os desafios climáticos no Rio Grande do Sul, que variam de enchentes catastróficas no inverno a severas estiagens no verão, exigem da Corsan um olhar estratégico sobre a gestão de recursos hídricos. De acordo com o Instituto Trata Brasil, quase 40% de toda água tratada é perdida antes de chegar às residências dos gaúchos, percentual acima da média nacional. Isso significa que investir em tecnologias de detecção de perdas e soluções sustentáveis, como a utilização de satélites para identificar vazamentos invisíveis na rede de distribuição, é o único novo caminho possível para quem tem, na água, sua matéria-prima.
A adaptação às mudanças climáticas e a busca por um sistema mais sustentável são "velhas-novas" prioridades neste mercado, que, de forma ainda mais urgente, está revisando suas infraestruturas para torná-las mais resilientes. A Corsan, por exemplo, já estuda a substituição de estações de captação e de tratamento às margens de rios por poços profundos, tecnologia mais estável e segura, além de medidas como a ampliação da construção de reservatórios visando não apenas enfrentar desastres naturais, mas também garantir água potável no longo prazo.
Os extremos do clima demandam uma nova relação com o meio ambiente, com medidas efetivas que contribuam para o reequilíbrio do ecossistema de forma mais ampla. Um exemplo é que cerca de 80% da matriz energética da Corsan é "limpa", vinda de fontes renováveis, um dado relevante considerando que a energia elétrica é um dos principais insumos do saneamento básico.
Tanto no excesso de chuvas quanto na escassez hídrica, o fato é que a capacidade de resposta da Companhia foi ampliada por resultado da privatização e do poder de ação do controlador - uma empresa do porte da Aegea, com unidades de negócio em 15 estados do País. Esse novo cenário foi crucial para colocar de pé forças-tarefas históricas, de escala inédita no mercado do saneamento, que transformaram crise em retomada. Na enchente de maio, em pouco mais de dez dias a empresa conseguiu restabelecer o abastecimento de água para 906 mil imóveis.
O compromisso legal com a universalização do acesso à água e esgoto, aliado a um plano de investimentos potente, passa pela consciência corporativa de que modernizar o saneamento básico salva não só o próprio serviço, mas também a dignidade das pessoas e as condições de enfrentar todo e qualquer recomeço.
Presidente da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan)
 

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