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Publicada em 18 de Julho de 2024 às 18:07

Malditas comportas!

Vicente Rauber, engenheiro especialista em Planejamento Energético e Ambiental, ex-diretor do DEP

Vicente Rauber, engenheiro especialista em Planejamento Energético e Ambiental, ex-diretor do DEP

/Arquivo pessoal/Divulgação/JC
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Vicente Rauber
Vicente Rauber
Primeiro foram completamente abandonadas, desde 2020. Mesmo que em setembro e em novembro do ano passado, quando tiveram que ser fechadas por ordem da natureza, claramente tenham ficado visíveis suas ferrugens, seus desalinhamentos suas borrachas corroídas. Era o seu grito de socorro! Nada foi feito, e não foi por falta de tempo ou dinheiro.
E as águas vieram e seus "furos" apareceram grandes. Nem mesmo mergulhadores especializados foram chamados para consertá-las.
Aí a inundação das áreas que deveriam estar protegidas foi total, inclusive atingindo as Casas de Bombas que deveriam bombear águas da chuva e esgotos de Porto Alegre para o Guaíba, bem como as Estações de Bombeamento de Água Bruta às Estações de Tratamento.
Que comportas malditas! Precisam ser castigadas!
Em 17 de maio, a comporta número 3 (Centro Histórico, próximo ao Tribunal de Contas) foi literalmente arrancada, numa cena dantesca!
Anunciou-se a total substituição das comportas, velhas e imprestáveis.
O Sistema de Proteção contra Inundações protege Porto Alegre das inundações do Gravataí e do Guaíba num semicírculo desde o cruzamento da Assis Brasil até o Morro da Assunção. As comportas permitem o acesso ao Cais Mauá e ao Cais Navegantes, clubes náuticos e a todas as atividades situadas além da Castelo Branco e Freeway.
Agora anuncia-se o fechamento total com concretagem de 8 comportas, tanto no Muro, como situadas sob a Castelo Branco. A começar pela maldita comporta nº 3. E até a de nº 14, diante dos protestos públicos da Remosul - Federação do Remo Gaúcho -, por impedir acesso aos clubes náuticos.
Como faz falta o DEP, antes, durante e depois da catástrofe! Não só o DEP foi extinto como foi abolido o bom senso. Por que não fazer o que deve ser feito: uma avaliação de cada comporta e definida a sua manutenção, ou, se for o caso, a sua substituição.
Por que antes de definir a concretagem de aberturas não é realizada uma criteriosa avaliação da necessidade das mesmas para o acesso ao Porto da cidade, ao Guaíba e às demais atividades?
Engenheiro especialista em Planejamento Energético e Ambiental, ex-diretor do DEP
 

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