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Publicada em 04 de Julho de 2024 às 19:14

A limpeza de uma enchente

Carlos Alberto Hundertmarker, diretor-geral do DMLU

Carlos Alberto Hundertmarker, diretor-geral do DMLU

PMPA/Divulgação/JC
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Carlos Alberto Hundertmarker
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Manter uma capital como Porto Alegre limpa já é, em situações normais, uma tarefa desafiadora. Agora, diante da maior enchente da história do Rio Grande do Sul, a função torna-se uma verdadeira batalha. É provável que nenhuma cidade do Brasil esteja preparada, em termos de estrutura, para o que estamos enfrentando desde o começo da cheia do Guaíba, mas estamos avançando.
Em uma operação de pós-guerra - conforme dito por especialistas no tema - serão investidos mais de R$ 100 milhões na limpeza urbana. São 1.500 pessoas e 508 equipamentos, que trabalham com exclusividade para a recuperação da cidade.
Antes de iniciar a força-tarefa, estudamos e avaliamos o cenário e as soluções possíveis. E a logística surge como uma grande dificuldade. O resíduo do lixo das casas e empresas atingidas não pode ser misturado com o do dia a dia. Todo o entulho originado da enchente vai para um aterro contratado especificamente para esse descarte. A lama e o lodo são tratados e devidamente enterrados, os móveis e objetos de madeira são triturados e reciclados.
A orquestração dessa atividade não é simples. Além de tudo, precisamos garantir que nenhum bairro tenha interrupção do serviço de coleta cotidiana. Outra preocupação é como aumentar o maquinário e mão de obra dedicados para agilizar o processo de limpeza e recuperar os espaços públicos. Situação idêntica em muitos municípios gaúchos. Não há recurso suficiente no nível que gostaríamos. Foi preciso contratar, em caráter emergencial, equipamentos de outros estados, alguns vindo de longe, o que torna mais difícil e oneroso o serviço prestado.
Em meio a isso, sou testemunha do esforço dos servidores do Departamento Municipal de Limpeza Urbana e demais trabalhadores empregados no objetivo único de limpar a cidade. Nossa operação já recolheu cerca de 90 mil toneladas de entulhos, e está nas ruas dia e noite, em todas as regiões, sem pausa aos finais de semana ou em dias de chuva. Não há bairro que não estejamos presentes, por maior que sejam as dificuldades.
Vivemos um desafio sem precedentes. Ninguém imaginava que passaríamos por algo dessa magnitude, e a quantidade de lixo gigantesca mostra a complexidade de empregar a velocidade que gostaríamos. Mas temos uma equipe dedicada, com garra, empenho e comprometimento, nossas diretrizes desde o primeiro dia, e com elas seguiremos até que a última tonelada de resíduo seja recolhida.
Diretor-geral do DMLU
 

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