Nilton Neco
Como presidente do Sindicato dos Comerciários de Porto Alegre, é meu dever defender os interesses dos trabalhadores que representamos. Contudo, não podemos ignorar que sem empresas saudáveis e operantes, não há trabalho para proteger. O recente desastre das enchentes no nosso Estado trouxe um impacto devastador ao nosso comércio, deixando empresas à beira da falência e trabalhadores sem perspectivas. O papel do governo federal em situações como essa é crucial, porém, até agora, a ajuda tem se limitado a palavras vazias e promessas.
A situação exige ações práticas e imediatas, como as que foram implementadas durante a pandemia com o Benefício Emergencial. Esse tipo de suporte permitiu que empresas sobrevivessem e mantivessem seus funcionários empregados em um momento de crise. Precisamos de uma resposta similar agora.
O Sindicato dos Comerciários de Porto Alegre não tem medido esforços para minimizar as consequências dessa catástrofe. Temos negociado convenções coletivas para criar mecanismos de apoio emergencial e garantir que os trabalhadores não sejam totalmente desamparados. Se não fosse pela mobilização sindical, o cenário seria ainda mais crítico, se é que isso é possível. Mesmo com todos os nossos esforços, sem o apoio do governo, esses recursos são limitados para enfrentar uma calamidade dessa magnitude.
As empresas estão sem caixa, muitas sem previsão de reabertura para os próximos meses. Algumas, se conseguirem reabrir, estimam um retorno em um mês ou mais. Até lá, como manter os empregos? O governo precisa compreender que a sobrevivência dessas empresas é vital para a manutenção dos postos de trabalho.
A falta de uma resposta efetiva não só prolonga o sofrimento dos trabalhadores e empresários, mas também compromete a recuperação econômica de toda a região. Como representantes dos trabalhadores, continuaremos lutando incansavelmente por medidas que garantam a sobrevivência das empresas e a proteção dos empregos.
Exigimos, portanto, que o governo federal assuma sua responsabilidade e implemente ações práticas e efetivas para minimizar o impacto dessa calamidade. Somente assim poderemos garantir a recuperação do comércio, a manutenção dos empregos e a dignidade dos trabalhadores de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul.
Presidente do Sindec-POA