Arcione Piva
A recente tragédia climática no Rio Grande do Sul deixa marcas profundas na economia do Estado, especialmente no setor de varejo. As enchentes impactaram severamente empresas de todos os tamanhos. Segundo um levantamento feito pelo Sindilojas POA, cerca de 40% dos lojistas da Capital ouvidos pela pesquisa tiveram seus estabelecimentos impactados pela enchente.
As imagens de lojas inundadas e mercadorias destruídas só ilustram a devastação. Por trás de cada estabelecimento, há famílias que dependem desses negócios para seu sustento. Sem uma ajuda eficaz, o risco de fechamento definitivo de muitas delas é iminente, agravando o desemprego e a crise econômica regional.
Diante deste panorama, o que pode ser feito para auxiliar o varejo gaúcho a se reerguer? Em primeiro lugar, é essencial a implementação de políticas de suporte financeiro, como linhas de crédito emergenciais, reeditar o BEM, auxílio que ajuda a pagar salários e a manter empregos e empresas, além da isenção temporária de impostos para empresas diretamente afetadas.
Outro ponto crucial é o fortalecimento das redes de apoio e mentoria. Iniciativas de consultoria gratuita para lojistas e pequenos varejistas atingidos pelas cheias, são fundamentais. Programas desse tipo fornecem orientação estratégica e emocional, ajudando empresários a superar as dificuldades impostas pela tragédia.
Investimentos em infraestrutura que mitiguem os efeitos de futuros desastres naturais são igualmente importantes. Melhorias no sistema de drenagem urbana e nos diques de contenção podem reduzir significativamente os danos causados por enchentes futuras. A solidariedade da população gaúcha pode desempenhar um papel vital também. O apoio comunitário, por meio de campanhas de compra local e incentivo ao consumo em empresas afetadas, pode acelerar a recuperação econômica.
A tragédia climática no Rio Grande do Sul deixou um rastro de destruição, mas também acendeu um sinal de alerta sobre a importância de prepararmos nossas empresas e comunidades para enfrentar adversidades. A reconstrução do varejo gaúcho não será fácil, mas com medidas adequadas, cooperação e resiliência, é possível transformar este momento de crise em uma oportunidade de fortalecimento e inovação. O futuro do varejo no Estado depende das ações que tomarmos agora.
Presidente da Feira Brasileira do Varejo (FBV) e do Sindilojas Porto Alegre