Renato A. K. Kalil
A cada ano, estima-se que 23 mil crianças nascem com cardiopatia no Brasil, com necessidade de tratamento cirúrgico, mas 65% desses bebês não têm acesso ao procedimento indicado. É para esse desequilíbrio que o 12 de junho, Dia Mundial da Cardiopatia Congênita, chama a atenção. A data propõe uma reflexão e uma conscientização em relação ao problema.
Embora as anormalidades no coração estejam entre as mais frequentes malformações congênitas, parcela significativa dos brasileiros não consegue acessar as terapias. Os piores índices são registrados nas regiões Norte, onde 93,5% não acessam o tratamento, e Nordeste, na qual esse percentual é de 77,4%.
O problema no acesso esbarra na distribuição dos centros brasileiros de assistência em alta complexidade. A maioria desses locais se situa no Sul e no Sudeste, criando uma defasagem nas demais áreas do país. Estima-se um déficit geral de 72% no número de centros em relação à necessidade brasileira de assistência a estas crianças.
Ter a oportunidade de realizar um procedimento adequado é fundamental, pois sem ele, metade dessas crianças morrerá antes de completar um ano de idade, e 80% antes dos cinco anos. Porém, se atendidas em tempo hábil e submetidas a intervenções corretivas, mais de 95% sobrevivem para uma vida normal, ativa e produtiva.
Tais anormalidades podem ser diagnosticadas ainda durante a gestação, por meio de ecografia fetal. Assim, pode-se programar o tratamento imediato no pós-parto, ou em outro momento adequado. Também, se necessário, é possível fazer a intervenção antes do nascimento, mediante punção e cateterismo durante a vida fetal. As cirurgias têm como objetivo final a correção anatômica do coração e, quando isso não é viável, são feitas correções funcionais, que permitem uma vida normal na grande maioria das vezes.
É por esse motivo que precisamos lembrar desse tipo de problema: para criar consciência da eventualidade de sua existência desde o período gestacional, para se buscar o diagnóstico e o tratamento adequados nos momentos certos. Essa conscientização é fundamental para a manutenção da vida das crianças.
Coordenador do Núcleo de Cardiopatias Congênitas do Hospital Moinhos de Vento, professor Titular aposentado de Clínica Cirúrgica da UFCSPA, membro titular da Academia Sul-Rio-Grandense de Medicina
A cada ano, estima-se que 23 mil crianças nascem com cardiopatia no Brasil, com necessidade de tratamento cirúrgico, mas 65% desses bebês não têm acesso ao procedimento indicado. É para esse desequilíbrio que o 12 de junho, Dia Mundial da Cardiopatia Congênita, chama a atenção. A data propõe uma reflexão e uma conscientização em relação ao problema.
Embora as anormalidades no coração estejam entre as mais frequentes malformações congênitas, parcela significativa dos brasileiros não consegue acessar as terapias. Os piores índices são registrados nas regiões Norte, onde 93,5% não acessam o tratamento, e Nordeste, na qual esse percentual é de 77,4%.
O problema no acesso esbarra na distribuição dos centros brasileiros de assistência em alta complexidade. A maioria desses locais se situa no Sul e no Sudeste, criando uma defasagem nas demais áreas do país. Estima-se um déficit geral de 72% no número de centros em relação à necessidade brasileira de assistência a estas crianças.
Ter a oportunidade de realizar um procedimento adequado é fundamental, pois sem ele, metade dessas crianças morrerá antes de completar um ano de idade, e 80% antes dos cinco anos. Porém, se atendidas em tempo hábil e submetidas a intervenções corretivas, mais de 95% sobrevivem para uma vida normal, ativa e produtiva.
Tais anormalidades podem ser diagnosticadas ainda durante a gestação, por meio de ecografia fetal. Assim, pode-se programar o tratamento imediato no pós-parto, ou em outro momento adequado. Também, se necessário, é possível fazer a intervenção antes do nascimento, mediante punção e cateterismo durante a vida fetal. As cirurgias têm como objetivo final a correção anatômica do coração e, quando isso não é viável, são feitas correções funcionais, que permitem uma vida normal na grande maioria das vezes.
É por esse motivo que precisamos lembrar desse tipo de problema: para criar consciência da eventualidade de sua existência desde o período gestacional, para se buscar o diagnóstico e o tratamento adequados nos momentos certos. Essa conscientização é fundamental para a manutenção da vida das crianças.
Coordenador do Núcleo de Cardiopatias Congênitas do Hospital Moinhos de Vento, professor Titular aposentado de Clínica Cirúrgica da UFCSPA, membro titular da Academia Sul-Rio-Grandense de Medicina