Hora de reconstruir o futuro

Estamos vivenciando uma tragédia sem precedentes. Nunca antes na história os gaúchos tiveram que enfrentar uma catástrofe climática tão intensa quanto a que vivemos neste momento. Cidades inteiras foram devastadas, casas e negócios destruídos e sonhos interrompidos. A quase totalidade dos municípios foi direta ou indiretamente afetada, e famílias inteiras tiveram as suas vidas adiadas, em compasso de espera pela baixa da água de rios e lagos. Estradas e pontes estratégicas para a ligação entre regiões não existem mais, deixando comunidades inteiras incomunicáveis, à deriva. Água e luz já não são mais artigos de primeira necessidade, mas artigos de luxo e escassos em bairros inteiros.

E no meio de tudo isso a economia desmorona, se esfarela. Dia a dia se dilacera. Nosso agronegócio, sempre tão pujante e força motriz do nosso Estado, hoje se encontra com culturas arrasadas e produtores aniquilados. Sem falar em nossos plantéis. Cavalos, porcos e ovelhas levados pela força impiedosa das águas sem qualquer chance de resistência, dizimados. E ainda temos nossos animais domésticos, queridos e parte de nossas famílias, muitos deixados à própria sorte porque era preciso evacuar o local imediatamente.

Nosso futuro é incerto, o caminho será árduo e a recuperação ainda está longe de ser uma realidade. E esse trabalho não passa apenas por ações de enfrentamento dos poderes públicos, seja municipal, estadual ou federal. Passa por organizações não governamentais, clubes de futebol (como fez a dupla Gre-nal com a iniciativa "Jogando junto pela reconstrução do RS"), grupos de amigos da escola, da academia, vizinhos, famílias inteiras e até por iniciativas solo. É preciso a união de todas as forças, seja de direita, esquerda ou centro. É esse movimento de união que já estamos vivenciando em nosso Estado. A junção de todos os credos em um objetivo maior: reconstruir o Rio Grande do Sul. É o momento de divergentes serem convergentes.

Mas não podemos nos esquecer que essa união não pode esmorecer. O trabalho é árduo, difícil e não será resolvido do dia para a noite. As águas estão baixando e, daí, o mau tempo vem impiedoso e volta a nos castigar. Aquilo que já havia sido feito precisa ser refeito e voltamos à estaca zero. Só que o nosso futuro está ali na frente e precisa ser escrito, ou reescrito de uma forma até então nunca antes pensada. Precisamos de união e equilíbrio para juntarmos forças e fazermos as grandes transformações que o nosso Estado precisa. Só assim conseguiremos construir um novo futuro, grande e transformador.