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Publicada em 30 de Maio de 2024 às 14:48

Olhar para frente

Walter Lidio Nunes, presidente da Sociedade de Engenharia do RS

Walter Lidio Nunes, presidente da Sociedade de Engenharia do RS

LUIZA PRADO/JC
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Walter Lídio Nunes
Walter Lídio Nunes
Está em curso a maior crise que jamais enfrentamos, a qual, além de administrar as consequências da retomada precisamos nos posicionar de forma consistente frente às futuras recorrências.
As mudanças climáticas definem redirecionamentos nas decisões sobre o futuro da qualidade de vida da sociedade. A possibilidade de crises semelhantes exige planejar e implementar ações de curto e médio prazo para evitar ou minimizar os riscos de danos socioeconômicos e ambientais.
Começar analisando proativamente as lições aprendidas e definir ações, sem a busca dos culpados que pode acarretar a perda de qualidade do debate sobre como nos preparar para enfrentar o futuro. Existem importantes melhorias no processo de gestão de crise, na integração dos setores públicos na mobilização da sociedade para agir de forma consorciada e sinérgica com mecanismos organizacionais burocráticos ágeis que a excepcionalidade da crise exige.
É mandatório definir uma agenda de estado para controlar o ciclo das águas (enchentes e estiagens) para evitar e prevenir as consequências socioeconômicas e ambientais.
O contexto climático e os cenários hidrológicos são as bases que definem infraestruturas que permitam a gestão do ciclo das águas e que comandem as políticas de regionalização e ocupação ordenada do solo. Isto determina os investimentos associados a políticas públicas do uso solo, definição dos planos diretores urbanos, políticas de habitação, redesenho nas cadeias econômicas, logística, etc... Os municípios e regiões devem ter os seus planos de desenvolvimento como desdobramentos dos direcionadores decorrentes da visão da agenda de estado.
Os direcionadores científicos tecnológicos do plano não podem se submeter às tradicionais demandas políticas corporativistas dos setores públicos e privados.
A força da agenda para construir a nova realidade virá da convergência sócio política suprapartidária e despolarizada das entidades e lideranças com um processo de controle social que tenha uma ampla âncora social política para que a agenda não caia no esquecimento e perda de prioridade. É importante termos narrativas para construir a importância desta agenda para a sociedade.
Precisamos olhar para frente descontaminados da política das próximas eleições para viabilizar a retomada e a reconstrução de uma nova realidade que evite ou minimize as consequências danosas de crises semelhantes que serão recorrentes. Mais que lamentar o ocorrido, precisamos agir de forma consistente olhando para frente para construir uma nova realidade para o RS.
Presidente da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul (Sergs)
 

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