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Publicada em 23 de Maio de 2024 às 18:28

Homens fracos fazem tempos difíceis

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Ricardo André Pierdoná
Ricardo André Pierdoná
Provérbios fazem parte da cultura popular e estão sempre carregados de sabedoria. Séculos de histórias constroem o senso coletivo, e como cidadãos, sabemos que se faz necessária a eleição de pessoas para gerir a coisa pública, a coisa do povo, o futuro de uma região. Por conta disso, indivíduos enumeram suas capacidades e se candidatam para assumir essas responsabilidades, cuja principal prioridade é garantir o bom funcionamento do que sustenta o equilíbrio de uma nação, do bem-comum, do bem do povo.
Posto isso, fazemos nossa parte, lembrando que o setor privado gera empregos, paga impostos e procura sempre melhorar processos com vista ao desenvolvimento de serviços e produtos em um mundo com alta performance de competitividade. Empresas, de um modo geral, precisam de um ambiente adequado proveniente de uma gestão ativa, sólida e competente, ações concretas que pavimentam um caminho seguro e previsível para orientar a tomada de decisões.
Para isso que servem gestores públicos e neles depositamos nossa confiança, essa que foi afogada e totalmente destruída, assim como milhares de casas e empresas que seguem debaixo d'água. Agora não apenas o empresariado, mas a sociedade inteira pagará um alto preço pela negligência às prioridades, alguns pagando com a própria vida uma tragédia anunciada em um Estado que há décadas sofre com enchentes e inundações, ainda que não desta magnitude.
Gestores não fizeram o tema de casa. A confiança está morta, morreu afogada, e o otimismo descobriu que fundo do poço tem subsolo.
Diariamente, empresários nos consultam sobre como seguir em frente diante deste caótico cenário. O ambiente favorável para o desenvolvimento - trens, aeroporto, estradas e pontes - foi destruído. Não bastasse isso, os custos da retomada e, se for o caso, da reconstrução dos negócios, chegam a cifras estratosféricas e não podemos esquecer que, em determinadas regiões, empresários estão passando por isso pela segunda vez em menos de um ano.
Homens mal preparados produziram solo fértil para um desastre e desta vez nem animais de produção foram poupados. Antes de anunciar a candidatura para cargos de vital relevância, deve a pessoa se qualificar. E isso vale para todo e qualquer cargo público de grande importância pois, já vimos, quem sofre é o povo, o empresariado e até mesmo ele, o setor público, cuja gestão não passa despercebida pela comunidade.
Homens fracos tomaram posse de responsabilidades; homens fracos não previram o alcance de seu despreparo, e o resultado foi injusto para todos, ricos e pobres, grandes e pequenos, fortes e fracos.
Agora já vimos que os antigos tinham razão: homens fracos fazem tempos difíceis, mas também é sabido que tempos dificeis fazem homens fortes. É a esperança que nos resta para a próxima geração.
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