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Publicada em 06 de Maio de 2024 às 20:17

Uma aposta na humanidade

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Luiz Fernando da Silveira
Luiz Fernando da Silveira
O Rio Grande do Sul vive a maior tragédia climática de sua longa e valorosa existência. Mas não podemos dar como perdida a batalha. É verdade que os resultados disso são alarmantes: vidas ceifadas, moradias devastadas e a infraestrutura pública fragilizada. Estamos presos à contragosto num cenário de guerra assombroso jamais visto nessas terras farroupilhas. Todavia, nada disso ainda é suficiente para sentenciarmos a nossa derrota.
Apesar do trauma e da dor aguda sem precedentes, nunca se viu tanta união e tantos gestos solidários em pouco tempo. Há um sinal evidente de esperança que se impõe como prova firme de que nem tudo está perdido por aqui. E de fato estamos longe da perda total. E a razão disso é muito simples: o espírito humanitário comprovado pela população sul-rio-grandense já é um dos pilares mais valiosos para reerguer nosso Estado.
Homens e mulheres de todas as idades e visões de mundo habilitaram-se nos últimos dias a atuar como voluntários em inúmeros abrigos, centros de distribuição de donativos e em operações de salvamento às vítimas. Em alguns locais houve até mesmo excesso de contingente voluntário, o que é algo magnífico a ser saudado nesses tempos tão difíceis. Assim, apesar do aparente individualismo desses tempos modernos, parece que a humanidade ainda está a apta a ser solidária e fazer a diferença. É essa desenvoltura humanista que será fundamental para sairmos dos escombros e para que a normalidade volte a reinar o quanto antes entre nós.
Humanidade, aliás, é um dos lemas da bandeira do Rio Grande do Sul, que agora deixa de ser uma palavra esquecida no alto dos mastros e passa a ter o destaque político e social que justifica o seu registro em tão importante símbolo oficial do nosso Estado: o de norma impulsionadora da união cívica de forças humanas em prol do bem comum. E já temos a prova inequívoca de que essa comunhão é exequível e faz a diferença na vida dos gaúchos.
Então, esqueçamos neste instante as divergências ideológicas, partidárias, religiosas e quaisquer outras querelas de menor importância que insistem em nos segregar. É tempo de ratificarmos a aposta numa corrente humanitária a ser firmada entre os cidadãos, os governos (municipais, estadual e federal), a iniciativa privada e as entidades da sociedade civil por um propósito maior, ou seja, um Rio Grande altivo, empático, suprapartidário, ecumênico, resiliente e reerguido.
Advogado
 

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