Fábio Kreutzfeld
Não é de hoje que o mercado têxtil brasileiro vem passando por uma profunda transformação. Apesar de ser um dos pilares da economia do País e contar com um ecossistema produtivo em todas as pontas da cadeia, esse setor precisa se reinventar diariamente. Da abertura do mercado estrangeiro, que impulsionou importações de itens de manufatura e obrigou os fabricantes nacionais a se reinventarem devido à alta do dólar e fechamento das fronteiras na pandemia, a cada ano um novo movimento parece desafiar o empreendedor.
Produzir mais e melhor nunca foi tão importante: grandes investidores esperam das confecções processos mais eficientes e limpos, com entregas cada vez mais ágeis. Desenvolvem e aplicam, inclusive, selos que validam parceiros de negócios dentro de novas práticas produtivas, valorizando quem investe em tecnologia para escalar seu negócio sem desperdiçar insumo, mão de obra ou recursos naturais e energéticos. Neste contexto, crescem os investimentos em automação, com a busca cada vez maior por máquinas que auxiliem na realização de processos padronizados, elevando a qualidade do produto final. Menos água, menos energia elétrica, desperdício de tinta, tecido e plástico em níveis cada vez mais baixos estão no radar das empresas. Em 2022, as empresas brasileiras investiram US$ 827 milhões em novas soluções para seus parques fabris, 8,53% a mais do que no ano anterior.
A movimentação do mercado mostra um momento favorável não só para a indústria que busca solução, mas também para os desenvolvedores de tecnologias e maquinários para o setor - com a elevação do dólar e o custo da logística global, o fornecedor brasileiro deixa de ser preterido e tem a chance de elevar sua presença de mercado.
CEO da Delta Máquinas, de indústria da moda