Pobreza endêmica surpreende os países ricos

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Finalmente os países mais ricos notaram que ninguém pode ser feliz ou progredir no mundo atual em meio a tanta pobreza. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de um bilhão de pessoas, dos seis bilhões de terráqueos, passa fome diariamente. Isso é uma tragédia e atenta contra os mais comezinhos princípios da dignidade humana. Por isso festeja-se que o presidente da França, Nicolas Sarkozy, pediu a cobrança de uma pequena taxa sobre transações financeiras durante a Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre as Metas de Desenvolvimento do Milênio em Nova Iorque e que termina nesta quarta-feira. O objetivo da taxa seria o financiamento do desenvolvimento global. Sarkozy propôs o aumento de 20% na ajuda internacional aos países mais pobres nos próximos três anos, como maneira de atingir as metas para a redução da pobreza no mundo até 2015.
“Por que não deveríamos chamar a indústria financeira para participar da estabilização do mundo?”, questionou ele durante discurso. Sarkozy também disse que a França vai aumentar suas contribuições ao fundo da ONU para malária e Aids em 20%. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, igualmente pediu aos presidentes, primeiros-ministros e reis que usem o poder para cumprir as metas de redução da pobreza até 2015. Dez anos após os líderes mundiais terem estabelecido metas ambiciosas para reduzir a pobreza mundial, eles se reuniram novamente para traçar estratégias para conseguir cumprir esse objetivo até 2015. Os líderes, em 2000, se comprometeram em reduzir a pobreza extrema pela metade, garantir que todas as crianças tenham educação primária, impedir o avanço da pandemia de Aids, reduzir a mortalidade materna em três quartos e a mortalidade infantil em dois terços. Os objetivos adicionais tinham em mente cortar pela metade o número de pessoas sem acesso à água potável e saneamento básico - tudo até 2015. Eles também fixaram metas para promover a igualdade entre os gêneros, proteger o meio ambiente, aumentar a ajuda para o desenvolvimento e abrir os sistemas comercial e financeiro dos países. “Nós temos agora resultados verdadeiros. Novos caminhos nas parcerias público-privadas. Um aumento dramático nas matrículas escolares e um acesso maior à água potável. Melhor controle de doenças e a expansão da tecnologia”, disse Ban. Mas ele afirmou que os avanços são frágeis. Segundo ele, ainda é possível atingir as Metas do Milênio até 2015. Mais de 140 líderes mundiais compareceram ao encontro da ONU em Nova Iorque. Muitos países falharam com as metas, principalmente na África, disse Ban. “A desigualdade cresce nos países e entre os países”, alertou o secretário-geral, afirmando que a crise financeira internacional agravou o problema.
A mortalidade materna permanece alta. A Anistia Internacional, organização de defesa dos direitos humanos, divulga que os líderes mundiais fracassaram com mais de um bilhão de pessoas, que estão entre as mais pobres do mundo. A Anistia instalou um Relógio da Mortalidade Materna, em Times Square, que começa em 5.317.280, segundo a entidade, o número de mulheres que morreram desde que as metas foram adotadas em 2000. A Anistia estima que 70% das pessoas vivendo atualmente na pobreza são mulheres. É mesmo um mundo cão.