Existem ensinamentos, conceitos e convicções que regem trajetórias em nível pessoal e corporativo. Sem qualquer dúvida, um dos que alicerçam bons resultados são relacionamentos fortes com parceiros e fornecedores. Nestes mais de 12 meses de pandemia, nos quais o isolamento social culminou com a interrupção de boa parte das atividades econômicas e sociais, contar com parcerias confiáveis pode ser crucial para manter o negócio em pé face a todas as agruras. Preservar e fortalecer esses bons relacionamentos parece lógico, porém, muitas vezes, é na dificuldade que se resgata e valoriza o simples. Períodos de crise mantêm líderes e executivos em permanente estado de vigília e avaliação sobre as decisões a serem tomadas.
A Covid-19 tem forçado, cada um a seu modo e em seu respectivo setor, a viver em um plantão. No início, quando o novo coronavírus começou a ocupar espaço na mídia e provocou o fechamento das lojas, se convertendo em preocupação, esperava-se que aquelas medidas mais impositivas poderiam durar 20 ou 30 dias. Mesmo diante de todas as incertezas - existentes até hoje -, os empreendedores do varejo sempre tiveram a consciência de que era vital reagir. Começaram por reavaliar as operações e fazer as adequações necessárias. A maioria direcionou os esforços a acelerar o processo de digitalização - estava em curso, porém o planejamento programado para anos precisou ser implementado em meses.
Em seu turno, a CDL Porto Alegre se dedica integralmente a apoiar os lojistas e a tentar encontrar alternativas viáveis à manutenção dos negócios, sugerindo caminhos para ações práticas e objetivas. Um dos aspectos mais defendidos é a necessidade de previsibilidade, caso contrário, não há como planejar e tomar decisões exatamente para tentar superar os obstáculos. Atualmente, a crise que sufoca é provocada pela Covid-19, porém houve outras, econômicas e/ou políticas. Por isso é tão vital essa previsibilidade, uma injeção de força para os negócios resistirem.
Diante de todo o cotidiano pandêmico, mudaram o comportamento e a jornada do consumidor. Como tudo é bastante recente e as dinâmicas estão se restabelecendo aos poucos, a exposição a evento tão traumático e a transformações estruturais e culturais demanda um certo tempo para ser assimilada e compreendida. Então este consumidor está sendo desvendado por um empreendedor/lojista que também se transforma e se reinventa, buscando se regenerar a partir de princípios como relacionamento, inovação, adaptabilidade e valorização do local.