A manhã especial que reuniu centenas de personalidades da imprensa, líderes empresariais e gestores públicos no tradicional Teatro do Sesi, em março de 2020, para a celebração do Marcas de Quem Decide daquele ano, foi o último grande evento que congregou amigos dos mais diferentes setores da economia gaúcha no formato presencial antes da consolidação da pandemia. Um ano depois, cá estamos todos nós - ainda sob a sombra do perigoso vírus que está vitimando famílias e empresas - buscando soluções e caminhos que nos levem a um futuro melhor, mais seguro e propício para o desenvolvimento de nossas empresas e atividades.
Se é verdade que o setor de supermercados, o qual honradamente representamos, foi um dos menos atingidos economicamente por esta pandemia, é inevitável lembrarmos que este segmento deu demonstrações cabais e incontestáveis de sua essencialidade na vida dos gaúchos e brasileiros durante todos estes meses de Covid-19. Estamos orgulhosos dos 110 mil colaboradores diretos que, durante toda a pandemia, estiveram na linha de frente de trabalho nos supermercados de todo o Estado, somando-se a caminhoneiros e operadores logísticos, trabalhadores da indústria e produtores rurais e garantindo o abastecimento pleno das famílias gaúchas neste momento de incertezas e dificuldades. Cumprindo protocolos rigorosos de higiene e controle de disseminação, esses profissionais foram agentes educadores em suas famílias, e, ao longo de 2020, o setor registrou um índice de afastamentos por atestados médicos similar - e em algumas empresas até menor - do que nos anos anteriores.
Por receberem diariamente 2,5 milhões de gaúchos em suas lojas (antes da pandemia, eram 4 milhões), os supermercados percebem com muita velocidade as mudanças e os anseios dos clientes. Por isso, quando ouvimos falar em "novo normal" e em tendências para o pós-pandemia, entendemos que estes cenários já chegaram e estão bem diante dos nossos olhos: é imperioso que as empresas de todos os setores se adaptem a este novo modelo de consumo, que demanda muito compartilhamento e parcerias (pessoas e negócios se ajudando e contribuindo mutuamente), a chegada irreversível das vendas e reuniões online, a busca por frescor e segurança (física e sanitária) e a consolidação das vendas em formato delivery. Estarmos com esses conceitos fixados, somados à necessidade constante de adaptabilidade às condições imponderáveis de mercado, de saúde coletiva e de vicissitudes inerentes a cada atividade empresarial, são o ponto de partida para que todos sobrevivamos a este momento triste, difícil, mas que, inevitavelmente, irá passar. Um velho adágio popular afirma que mares calmos não formam bons marinheiros. Esperamos, ainda em 2021, podermos ajustar as velas e, mais fortes e competentes do que já éramos, remarmos juntos em busca da retomada.