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Publicada em 30 de Março de 2020 às 14:02

Diversidade para além do discurso e propaganda

A contadora Onília e a advogada Christiane dizem que o processo começa de forma interna

A contadora Onília e a advogada Christiane dizem que o processo começa de forma interna

/LUIZA PRADO/JC
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Vitorya Paulo
A diversidade é uma pauta que vem se aproximando, cada vez mais, das marcas. Atentos às condições de trabalho e às políticas empregadas dentro das companhias, consumidores exigem saber quais as diretrizes aplicadas para a contratação de mulheres, pessoas negras, com deficiência, LGBTQIA e periféricas.
A diversidade é uma pauta que vem se aproximando, cada vez mais, das marcas. Atentos às condições de trabalho e às políticas empregadas dentro das companhias, consumidores exigem saber quais as diretrizes aplicadas para a contratação de mulheres, pessoas negras, com deficiência, LGBTQIA e periféricas.
Porém, ainda há muito a avançar, conforme mostra o relatório global da Consultoria Mercer "When Women Thrive 2020". O estudo aponta que 81% das organizações afirmam buscar diversidade e inclusão, mas apenas 42% apresentam estratégias documentadas para alterar o cenário.
É justamente a falta de ações concretas que fazem uma empresa entrar em descrédito com seus consumidores, afirmam as empresárias Christiane Baladão, advogada à frente do escritório Baladão & Fagundes, e Onília Araújo, contadora e líder da ICon Consultoria e Contabilidade. Para elas, fazer marketing sobre diversidade não é suficiente. "É um processo que leva tempo e precisa de profundidade", afirma Onília.
Quanto à comparação, Christiane cita as certificações ISO, que previam ajustes nos ambientes de trabalho. "Eram muitos processos, protocolos e auditorias que não entregavam nada. Era um selo que não convertia", lembra. Segundo a advogada, para começar a promover a diversidade dentro da própria empresa, é necessário ter mínimas estruturas de qualidade em relação às suas políticas interna e externa, além do diálogo unificado entre funcionários e líderes. Nesse sentido, Onília afirma que o processo de diversificação de uma empresa precisa levar em conta a realidade das pessoas que estão sendo contratadas. Ela cita os negros.
"Não estão preocupados em como serão inseridos no ambiente da empresa. A diversidade está sendo feita por pessoas privilegiadas que estão reproduzindo sistemas de privilégios dentro da diversidade", afirma. Ou seja, é necessário que as companhias estejam preparadas para receber pessoas diversas, e aí entram também aquelas com deficiência.
O esforço dessas ações, para as empreendedoras, é reconhecido de forma orgânica pelo público. "A marca não precisa se preocupar com 'passar mensagem'. Precisa preocupar-se com a diversidade. Se estiver fazendo o trabalho, vai entregar", afirma a contadora.
Para Christiane, é necessário lembrar que a atenção de uma empresa, atualmente, deve estar em existência e permanência, além de humanizar processos. "Atrás da pessoa jurídica, há uma pessoa física. Se aquele ser humano aplica um diálogo misógino, machista, não vai vender nunca a diversidade. Tem que estar dentro da pessoa", interpreta.

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