Já foi o tempo em que apenas uma ou duas bandeiras dominavam o mercado de máquinas de cartão de crédito. Agora, tudo está mais facilitado, com cobranças feitas até através de links.
E isso se deve ao aumento do número de empreendedores. Com a crise econômica e a diminuição de vagas de trabalho tradicionais, muitas pessoas precisaram abrir seus próprios negócios. O nicho despertou o interesse de startups, comoa Stone Pagamentos, conhecida por oferecer soluções de cobranças. Ela foi registrada na junta comercial em 2012, mas começou a operar em 2014. "O mercado de pagamentos no Brasil era altamente concentrado e verticalizado. Os clientes pequeno e médio tinham um serviço de pouca transparência. Não se entendia como, por que, quando e o que pagava", observa o presidente da Stone, Augusto Lins.
Segundo o executivo, esse cliente não tinha opções de escolha que pudessem evitar um serviço ruim. "Todo o processo demorava. O cadastro, a chegada da maquininha e o atendimento. Quando era atendido, tinha dificuldade na resolução. A qualidade era baixa e o preço alto", salienta. O desequilíbrio ente as duas pontas foi o que mais chamou a atenção da Stone, que soube transformar o problema em uma oportunidade para entrar no mercado.
A startup também quis atuar no segmento do e-commerce. "Nosso posicionamento é ajudar o pequeno e médio empreendedor a vender mais, a gerir melhor o seu negócio, a crescer", detalha.
A Stone é baseada em três pilares. O primeiro é o desenvolvimento de produtos com tecnologia própria, para não depender de terceiros. O segundo é ter a melhor área de relacionamento. "Não é o cliente que tem sempre a razão, mas ele é a razão da nossa existência", diz Lins. Já o terceiro é a criação e comunicação através do modelo de distribuição única. O trio tem a missão de alcançar o objetivo principal da fintech: ter o melhor produto. "Fizemos isso com um fator muito importante: as pessoas", relata.
A empresa sempre busca candidatos para integrar o time que tenham o perfil empreendedor. "Essa é a nossa cultura. Acreditamos que quem vai mudar o País é o empreendedor brasileiro. É ele que está gerando emprego e impulsionando a retomada. Sempre buscamos colaboradores para a equipe assim. O diferenciado é o nosso DNA", explica Lins.
Nem só das maquininhas a Stone é feita. No primeiro trimestre de 2019, por exemplo, foram feitos três novos investimentos para ampliar o leque de serviços.
De acordo com Lins, os produtos foram desenvolvidos através da demanda dos clientes. "Se ele me disser que precisa de uma máquina mais rápida, vou dar. Mudamos ferramenta de gestão, criamos a conta Stone, que faz transações. Somos muitos profundos no que fazemos e fomos estudar o que o lojista precisa de uma conta", enfatiza.
O unicórnio não divulga o número de clientes, tampouco se calça somente no título a ponto de se deslumbrar. "Queremos crescer. Entendemos que nosso negócio está prosperando e temos como objetivo ajudar empresas. Abrimos o capital em 2018. Aquilo não é nossa meta", justifica. "Temos a preocupação de sermos referência no Brasil. Somos uma empresa jovem, de crescimento rápido e buscamos promover o ecossistema dos empreendedores brasileiros".
Para este ano, a expectativa é positiva. "Estamos muito confiantes com 2020, as reformas estão em curso. Isso tende a atrair investimentos no País, gerar emprego e consumo", projeta. As novidades não param. Em parceria com o Grupo Globo, a Stone está lançando um produto inovador, chamado TON, para um segmento que até então não atendia, o dos microempreendedores e profissionais autônomos.