Os maiores interessados em abrir negócios no Brasil são os jovens, que muitas vezes estão comprando um cenário diferente da realidade. Acreditam, principalmente, no empreendedorismo do sucesso rápido, que é vendido pela mídia e parece dar conta da pressa de "dar certo" antes dos 30. A partir do momento que abrem seus negócios, entendem que o desafio é maior do que parece.
Para abrir um negócio com menos de 30 anos é preciso coragem e resiliência. Ninguém vai passar ileso das perguntas imbuídas de preconceitos, como: você tem certeza que consegue entregar? E faz parte da juventude se perguntar: será que eu deveria aprender muito mais antes de abrir a minha empresa?
Quem é empreendedor por vocação acaba se blindando dos desafios para entregar algo bom para sociedade através do seu trabalho. E aqui vale um adendo que reforça o quanto é difícil esta posição. Empreender é ainda mais desafiador para quem o faz pela falta de oportunidades no mercado. E ainda é uma questão muitas vezes de privilégio, de quem pode abrir mão de uma fonte de renda segura.
O empreendedorismo é uma parte fundamental da economia e um ato social. Dele surgem as próximas empresas que vão impactar o mundo de forma definitiva. Os negócios passam por mudanças profundas e os empresários estão sendo exigidos da capacidade de se adaptar, da busca incansável por conhecimentos e de muita energia. Estão aí características gerais dos jovens, que são fundamentais nesse movimento. Em geral, cumprem com o que é mandatório no mundo dos negócios. Com a mente aberta e com a aptidão natural ao risco, eles são motivados a enxergar o empreendedorismo como uma oportunidade.
Só que para que esse contexto positivo prevaleça, precisamos falar sobre o número de sonhadores que empreendem para ter o sucesso rápido que é vendido na mídia. Os jovens estão carregando um fardo pesado. Os vídeos com títulos "como ficar rico antes dos 30" e o mito da geração empreendedora fazem com que tenham mais sintomas de depressão e ansiedade do que gerações passadas.
Cada um sabe da sua jornada, mas empreender não é pegar um atalho para chegar mais rápido no sucesso. Que as características naturais dos jovens prevaleçam e sejam menores do que a pressão do empreendedor que "deu certo" antes dos 30. Não é tão fácil como vendem por aí, mas os jovens têm uma contribuição enorme para dar na economia do presente e do futuro. Ter um mercado de menor pressão e que os faça seguro para explorar seus potenciais é um bom começo.