Novas tecnologias como inteligência artificial, deep learning, blockchain, analytics e internet das coisas tornam obsoletos os padrões de pensamento linear e nos lançam em um mundo em transformação exponencial. É um caminho sem volta e às vezes assustador, mas as empresas que souberem entender o cenário e definir com clareza suas propostas de valor conseguirão capturar as oportunidades criadas pelas mudanças.
A revolução digital não é um objetivo em si, mas aumenta a conveniência e a agilidade do que fazemos. No varejo, é um meio de encantar ainda mais o consumidor. Na Renner, há 25 anos percebemos que devemos encontrar pontos de contato e evitar áreas de atrito com o público. Hoje a essência é a mesma, pois tudo sempre foi e sempre será garantir a melhor experiência ao cliente.
Se o consumidor está conectado, usamos o ferramental disponível para estabelecer com ele uma comunicação objetiva e personalizada, mas jamais invasiva. Seria muito fácil bombardeá-lo com mensagens, mas informamos o que ele realmente quer saber e não coisas desnecessárias.
Nosso negócio é moda e também aplicamos os novos recursos à cadeia de suprimentos. Usamos inteligência artificial para avaliar tendências, cores e estilos, porém não recorremos só aos computadores. A decisão sobre o que comprar é movida por percepções e emoções humanas, e a cada três meses nossos estilistas assistem a mais de 400 desfiles para escolher tendências para cada estação.
Com a tecnologia do blockchain acompanhamos a produção nos fornecedores, a qualidade e o cumprimento das leis trabalhistas. Enquanto isso, a inteligência artificial permite aprimorar nossa distribuição, pois atuamos em todo o país e cada região tem características próprias, do clima ao tamanho das peças. Os resultados são mais vendas e menos remarcações.
No ponto de venda, acreditamos no modelo multicanal para dar liberdade ao cliente para comprar o que, quando e onde quiser. Ele pode comprar na loja física e receber em casa, ou comprar no e-commerce e buscar na loja. A Renner só não entrará em um marketplace porque isso significa abandonar a identidade de marca e seu posicionamento de mercado.
A compra também é um ato de lazer e sociabilidade e por isso as lojas físicas nunca perderão a importância. Nelas são retiradas muitas de nossas vendas on-line e feitas quase 100% das trocas. Ver, tocar e provar as mercadorias permanecem como experiências únicas. Não é à toa que, em uma das maiores multinacionais americanas de eletrônicos, 40% dos consumidores que compram on-line buscam os produtos nos pontos de venda físicos, mesmo com frete grátis à disposição.