A união de esforços entre os setores público e privado, quando bem executada, beneficia populações inteiras e suas novas gerações. Trabalhando juntos, CMPC, Governo do Estado do Rio Grande do Sul e entidades parceiras estão conduzindo um projeto para recuperar os biomas Mata Atlântica e Pampa em solo gaúcho. Trata-se do Projeto Reflora, criado com o propósito de recuperar a vegetação nativa após os prejuízos deixados pelas enchentes de maio de 2024 - o maior evento climático da história no Estado.
Entre os parceiros fundamentais para a execução deste projeto estão a Universidade Federal de Viçosa (UFV), de Minas Gerais, e a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). A UFV atuou na cooperação para o reflorestamento da região afetada pelo rompimento da barragem B1, em 2019, em Brumadinho (MG). Agora, com suas pesquisas, orientações técnicas e monitoramento, contribuirá juntamente com a Embrapii para o desenvolvimento do Reflora até sua conclusão.
O Projeto Reflora tem duração prevista de 3 anos, com início programado para junho de 2025. A projeção é que ao longo do período sejam plantadas 6 mil mudas de 30 espécies nativas em regiões severamente atingidas pelos efeitos das enchentes ocorridas no Estado. As primeiras cidades em que o processo será realizado são: Guaíba, Barra do Ribeiro, Tapes, Rio Pardo, Butiá, Eldorado do Sul e Santa Maria. A ação inicia com a identificação de árvores com danos na base do tronco e a coleta de DNA em campo com o resgate de propágulos, ou seja, partes de organismos que possam originar o processo de reflorestamento. Na sequência, o material é armazenado, plantado em um pomar fechado e submetido ao processo de enxertia, que nada mais é do que a conexão de duas plantas diferentes para que cresçam de forma única. Essa técnica induz o florescimento precoce de novas mudas, que ocorre no curto período entre 6 meses e um ano.
O resultado dessa iniciativa é a produção de novas flores, frutos e sementes, que serão plantados nas áreas atingidas, acelerando o restabelecimento dos serviços ecossistêmicos nestes locais. Na última etapa, é realizado o plantio das mudas nativas em áreas degradadas. "Essa é uma iniciativa fundamental e uma oportunidade para reflorestarmos de forma rápida e efetiva as regiões atingidas no ano passado. O projeto também possibilita implementarmos melhorias em nossa operação florestal, colaborando ativamente para a diversificação de espécies nativas já adaptadas às condições de cada região", afirma Antonio Lacerda, diretor-geral de Celulose da CMPC no Brasil. "Os estudos realizados já demonstraram enorme sucesso em acelerar o período de florescimento das mudas. Por isso, entendemos que, ao replicar aqui no Rio Grande do Sul, utilizando as vantagens do nosso solo, traremos um ganho importante para a biodiversidade e restauração dos ecossistemas gaúchos", completa.