Eventos climáticos extremos são a maior preocupação de stakeholders de todo o mundo quando se pensa na próxima década - é o que aponta a pesquisa global de percepção de risco do Fórum Econômico Mundial (World Economic Forum) divulgada no início deste ano.
Eventos climáticos extremos são a maior preocupação de stakeholders de todo o mundo quando se pensa na próxima década - é o que aponta a pesquisa global de percepção de risco do Fórum Econômico Mundial (World Economic Forum) divulgada no início deste ano.
Na sequência da lista estão outros três temas também ligados à questão ambiental: mudança crítica nos sistemas terrestres; perda de biodiversidade e colapso do ecossistema; e escassez de recursos naturais. Completa o ranking o receio com a disseminação de desinformação, seja intencional ou não.
Clima extremo e desinformação são também os riscos globais mais citados por todos os grupos pesquisados (setor privado, sociedade civil, organizações internacionais, academia e governo) quando o horizonte são os próximos dois anos.
O relatório que detalha a pesquisa cita o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) para reforçar o alerta de que o limite de 1,5°C na temperatura média global será ultrapassado no início da década de 2030.
Preocupa, portanto, a possibilidade de o planeta atingir o "ponto de não retorno", o que significaria não ter mais como voltar à condição anterior de quando a natureza começou a ser explorada pelo homem. Esse cenário tornaria inacessíveis ou inexistentes recursos que dela fazemos uso.
Com a crise climática e a pauta ambiental no topo das preocupações de quem pensa a economia global, é mandatório ao setor empresarial dialogar com esses temas. Diante do cenário atual, como devem se portar as marcas?
A agenda está posta e não há como andar na contramão. Discursos que insistem em negar as transformações pelas quais o mundo está passando e seus impactos são colocados à prova pelos fatos. Áreas urbanas devastadas por chuvas torrenciais e propriedades rurais sem produzir devido a secas prolongadas afetam toda a sociedade, com cada vez mais intensidade e frequência.
Cientes da realidade que bate à porta, as pessoas se afastam de marcas que não adaptam discurso e prática às demandas ambientais. Ato contínuo, aproximam-se daquelas que dialogam com as pautas do momento.
Pensar no impacto ambiental do seu negócio já é um ativo econômico. A pesquisa Global Consumer Insights Pulse, realizada em setembro de 2023 pela PwC, aponta que os clientes estão dispostos a "pagar por sustentabilidade".
Pelo menos oito em cada dez consumidores afirmam estar dispostos a pagar mais por produtos produzidos localmente ou com menor pegada de carbono - três desses consumidores pagariam até mais de 10% acima do preço médio.
Conforme o relatório da pesquisa, tanto globalmente quanto no Brasil, os millennials e a geração Z, "que geralmente defendem a consciência social e a justiça ambiental", foram o grupo que mais se disse disposto a pagar mais em marcas com práticas sustentáveis.
Não existe resposta simples para temas complexos. Mas há caminhos abertos. O que vincula a marca a práticas sustentáveis é promissor e conhecido no universo corporativo. Trilhado pelas empresas que compreendem seu papel frente aos desafios globais contemporâneos, o trajeto rumo a uma gestão sustentável tem na adoção de boas práticas ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês) uma aliada.