Porto Alegre: a capital de todas as parcerias

Transformar a realidade de uma cidade do porte de Porto Alegre, a capital dos gaúchos, não é tarefa exequível apenas por um gestor ou por um projeto político. Quando nossa gestão iniciou, em janeiro de 2021, vivíamos um cenário doloroso e desafiador de pandemia. Era preciso enfrentar com muita responsabilidade as medidas para fortalecer o atendimento de saúde e, ao mesmo tempo, trabalhar pela retomada da economia para que as famílias pudessem se sustentar em um contexto de drástica crise econômica.

E foi na adversidade que a cidade voltou a se unir. Desde o primeiro momento, a determinação a todos os agentes da administração foi não tomar decisões de forma unilateral e somar esforços com as forças produtivas, com a sociedade e com os moradores. Foi nessa sinergia que ampliamos leitos nos hospitais e viabilizamos respiradores. Foi trabalhando em conjunto que ouvimos lá atrás o setor de eventos - um dos mais impactados pela pandemia - e construímos medidas de estímulo à recuperação.

De lá pra cá, com mais de dois anos de administração, muita coisa mudou, mas não mudou o nosso jeito de fazer. Cada transformação que Porto Alegre vivenciou até aqui teve o envolvimento da sociedade de alguma forma - sejam moradores de forma individual, sociedade civil organizada, empresas e instituições - como as referências em desempenho exaltadas nesta edição do Marcas de Quem Decide.
Nesse período construímos algumas marcas: zeladoria, cuidados com a cidade, cidade amiga do empreendedor, símbolo de desenvolvimento econômico, inovação e dedicação a quem mais precisa. Todas lapidadas de forma coletiva, em uma cidade que compreendeu nosso jeito de entregar uma vida melhor. A Gente Vive, A Gente Cuida foi um movimento que lançamos para dividir responsabilidades, conscientizar sobre o bom uso e a manutenção de espaços públicos. Nesse guarda-chuva, muita iniciativa de pertencimento aconteceu em uma sociedade que estava ávida por se somar.

Com a autoestima renovada, Porto Alegre hoje tem 265 prefeitos de praças - voluntários dedicados a manter seu entorno em bom estado, atraindo cada vez mais frequentadores. E a cultura da soma de esforços também se estende para tirar do papel investimentos e iniciativas que o poder público não consegue sozinho. Entre os primeiros e mais simbólicos exemplos está o Muro da Mauá, que, sem custar 1 real ao poder público, mudou a atmosfera de um dos pontos mais simbólicos da nossa Capital. Depois dele, somamos uma série de viadutos e espaços públicos adotados por parceiros privados, que entregam melhorias e instalam operações, gerando emprego, renda e atividade econômica pulsante.

Transformações urbanísticas que começam a contar a história de uma Porto Alegre que tenta mudar a realidade de degradação de alguns espaços simbólicos no coração da cidade, com o Centro Histórico. No Centro, após uma década foi possível, em parceria com o privado, devolver à população o segundo andar do nosso querido Mercado Público, além das medidas de qualificação da infraestrutura, ampliação dos comércios e regularização da gestão das operações. Logo ao lado, um símbolo de descaso com a cidade e com os cidadãos vai ter encaminhamento definitivo. Após um processo que se arrasta por 20 anos, obtivemos na Justiça a autorização para demolição do "Esqueletão", uma entrega de segurança, urbanismo e desenvolvimento.

O 4º Distrito também é pilar dessa retomada que se propõe a construir soluções para os desafios sociais e abrir portas para a inovação das empresas de data center, por exemplo, e para a efervescência cultural e de entretenimento que se consolidam naqueles bairros. Assim como no Centro, nada por acaso. Além do processo de revisão do Plano Diretor que está em desenvolvimento, aprovamos na Câmara incentivos concretos, rumo a uma mudança consciente e focada em expandir e respeitar os potenciais característicos de cada lugar.

Outro aspecto "culpado" pelo momento especial que vive Porto Alegre é a inovação. Acabamos de nos despedir da segunda edição do South Summit Brazil, que mostrou ao mundo como nossa marca não é por acaso. O acúmulo das universidades, a união de esforços das esferas públicas, a colaboração da iniciativa privada e a legião de empreendedores disruptivos fizeram a inovação fincar bandeira no solo da capital de todos os gaúchos. E o mais importante de tudo? Na minha avaliação, o entendimento coletivo para estender o olhar a quem não teria acesso ao conhecimento trocado no evento internacional.

Assim como cerca de 3 mil alunos da rede pública lotaram o Araújo Vianna para ouvir os palestrantes que também estiveram no Cais Mauá - o que certamente plantou sementes para o futuro -, nesta semana celebramos um feito espetacular dos alunos da escola Villa Lobos. A Nathallya, o Matheus, a Lara, o Vitor, a Sury e a Gabrielli estão trazendo para a Lomba do Pinheiro o prêmio da categoria "Melhor Modelo de Solução" conquistado na First League Explorer, nos Estados Unidos. Eles venceram 56 projetos de robótica apresentados por diversos países, com maquete automatizada que projeta um espaço de lazer e entretenimento para a comunidade. A prefeitura investiu para viabilizar essa viagem porque acreditamos que a inovação só faz sentido se promover transformação social. E esse trabalho transformador, como o que acontece há 16 anos na escola, dá oportunidade aos talentos latentes em crianças e jovens espalhados por todos os bairros.

A Capital líder do ranking de cidades com o melhor ambiente de negócios do Brasil, segundo o Ministério da Economia, merece essa classificação, porque trabalhou muito para desburocratizar e simplificar a rotina de quem quer empreender, reduziu impostos e dialoga para construir e evoluir. Assim como batalha para entregar uma infraestrutura melhor, concluir obras históricas e qualificar a mobilidade. Mas o verdadeiro patrimônio de Porto Alegre são as pessoas. São os cidadãos, sejam trabalhadores ou empresários, no conceito mais amplo da palavra, os protagonistas de cada transformação que ainda vamos tirar do papel para seguir andando para frente e voando alto.