O Jornal do Comércio completa, no dia 25 de maio, 90 anos de circulação ininterrupta. Quando iniciou, a Porto Alegre de 1933 tinha cerca de 300 mil habitantes e ingressava nos novos tempos. O esforço e a dedicação ao trabalho foram fundamentais para uma nova era.
O surgimento de fábricas, embora modestas, incentivavam caminhos para um futuro próspero. O comércio, especialmente o atacadista, se desenvolvia e ampliava no interior, valendo-se da ferrovia e das vias fluviais.
Desenvolvia-se a infraestrutura urbana e chegava a luz elétrica, que substituía os pitorescos lampiões, abrindo novos caminhos e incentivando a prosperidade.
Naquela época, o Rio Grande do Sul possuía vários bancos, entre públicos e privados. Foi nesse cenário de oportunidades que nasceu o Jornal do Comércio.
Neste contexto, Jenor Jarros, com pouco mais de 20 anos, ambicionava ter seu próprio negócio. Ele queria empreender, ainda que isto lhe custasse muito trabalho.
Jenor sonhava em ser editor e via na escassez de informações acerca das quantidades e valores de mercado dos produtos industrializado no RS uma oportunidade. Entravam diversos produtos coloniais pelos barcos a vapor que chegavam ao recém construído porto de Porto Alegre.
Então, com recursos emprestados, o empreendedor adquiriu uma máquina de escrever e um mimeógrafo, alojando-se em uma sala alugada, em busca de seus objetivos e vontade de vencer. Junto a ele, sua esposa, Zaida Jarros, após cumprir suas tarefas diárias como professora, o ajudava no período da noite a somar os números recolhidos durante o dia, para que bem cedo fossem datilografados e distribuídos aos assinantes do boletim.
Essas lembranças é que definiram e definem os valores do JC ao longo desses 90 anos e que garantiram a credibilidade reconhecida perante a sociedade gaúcha.