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Publicada em 28 de Abril de 2023 às 02:55

Brandlovers precisam ser relevantes para consumidores

Empresas querem ser percebidas por consumidores bombardeados por muitas frentes de informação

Empresas querem ser percebidas por consumidores bombardeados por muitas frentes de informação

PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
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Patrícia Comunello
Marcas têm algo em comum: querem ser amadas. Mas para alçar o status de brandlover, do inglês e termo mais usado pelas equipes de marketing e planejamento, está cada vez mais difícil. Ou significa atentar para mais públicos, ou melhor, comunidades, mais filtros, mais julgamentos ou cancelamentos e fazer escolhas.
Marcas têm algo em comum: querem ser amadas. Mas para alçar o status de brandlover, do inglês e termo mais usado pelas equipes de marketing e planejamento, está cada vez mais difícil. Ou significa atentar para mais públicos, ou melhor, comunidades, mais filtros, mais julgamentos ou cancelamentos e fazer escolhas.
A coluna Minuto Varejo ouviu experts em lidar com diversas frentes que envolvem a relação com o consumidor final ou com as pessoas que acreditam e vão eleger uma marca ou muitas delas. Cultura, relevância, transparência, pontos de contato e interação com comunidades, e não mais apenas nichos, estão no cardápio de gestão dos negócios que levam produtos e serviços ao mercado.
"Para ser amada, uma marca precisa ganhar relevância em uma sociedade cada vez mais desatenta e que é bombardeada por informações a todo segundo e de muitas frentes. Isso piora no digital, onde a pessoa é exposta a muitos recados e tudo se mistura no fim do dia", adverte a publicitária Lara Piccoli, sócia-diretora da agência HOC, que atende Panvel, Unimed e operações do Zaffari.

Se o ponto é ser relevante, como atingir este status?

"É um trabalho de construção de sentido, propósito e posicionamento nos diversos canais e pontos de contato. Ter sentido e propósito têm de estar na loja física e no digital e tudo alinhado ", orienta Lara.
Tudo isso se mistura à cultura dos consumidores e do negócio. "A marca faz parte do grande ecossistema da sociedade. Aquelas que não olham só para si mesmas e sim para o todo e entendem seu papel, estas serão as mais relevantes", atenta Marilia Silveira, cofundadora da Feat The Future.
"O consumidor pergunta cada vez mais: onde estou colocando o meu dinheiro? Para ser inovadora e acolhedora, o que a empresa faz na cultura para isso?", provoca Marilia.
A sênior planner da Oliver Latin America Patricia Carneiro defende que as pessoas têm cada vez menos marcas preferidas, o que foi validado por pesquisa recente da Google. Itens como preço, num cenário de crise, e valores pessoais influenciam escolhas, principalmente das novas gerações, cita Patricia.
"Os consumidores estão mais atentos ao que é discurso e prática e dão muita atenção à conduta da empresa", alerta a sênior planner.
Fabiano Zortéa, coordenador de varejo do Sebrae-RS e que atua com 100% do tempo com varejistas que querem "ser eleitas", destaca a humanização na relação com o público. Para Zortéa, o contato das "pessoas da empresa" com "as pessoas consumidores" é essencial.
"Antes de alguém seguir uma marca, segue pessoas e, por consequência, as marcas. Este é o novo desafio da gestão de branding", aposta ele, acrescentando outro elemento: "Precisa transmitir verdade e, por consequência, associar produtos e serviços".

Sete ideias para construir marcas amadas

Lara Piccoli, sócia-diretora da agência HOC:

Quanto mais a marca é reconhecida pelas comunidades, mais consegue falar com elas, diz Lara

Quanto mais a marca é reconhecida pelas comunidades, mais consegue falar com elas, diz Lara

HOC/DIVULGAÇÃO/JC
• Para ter relevância como marca: exige trabalho de construção de sentido, propósito e posicionamento nos diversos canais e pontos de contato. Ter sentido e propósito têm de estar na loja física e no digital e com uma comunicação alinhada.
• Comunidade em vez de nicho: nicho é junção de dados e características. Comunidade é engajada, tem valores e crenças. Quanto mais a marca é reconhecida pelas comunidades, mais consegue falar com elas e criar sentido e se posicionar de forma intensa e completa.
• Emoção: o cérebro retém a informação, só se a mensagem tiver impacto.
• Como se aproximar do consumidor: conecte atributos. Quanto mais conseguir acessar interesses comuns da comunidade, mais a marca cria pontes e força na ligação.
• Geração Z (geração do contraditório): faz escolhas e tem pensamentos muito fortes e recentes. Não enxergar esta geração é negar a existência dela. Ela pode não sera maior fatia de consumidores, mas influencia grupos e famílias.
• Fidelidade da marca: a competição hoje é muito maior .As pessoas experimentam mais e são mais infiéis.
• Marcas buscam relacionamento intenso, duradouro e crescente: é mais barato manter um cliente do que conquistar um novo.

Marilia Silveira, autora da metodologia Elevante e cofundadora da Feat The Future:

O consumidor quer saber onde está colocando seu dinheiro, ressalta Marilia

O consumidor quer saber onde está colocando seu dinheiro, ressalta Marilia

Arquivo Pessoal/JC
• Profissionalização em tudo: pessoas e processos passaram por modernização e automatização nas empresas, mas muitas negligenciaram a gestão de marca. Fazer isso é fatal!
• Uma marca boa é aquela capaz de evoluir: a gestão é decisiva, gerando experiências que vão além da comunicação.
• Gestão de marca: envolve o acompanhamento adequado de indicadores e metas para traçar caminhos para conquistar o coração do público. É preciso ter inteligência e pessoas capacitadas para este trabalho.
• Há uma curva de difusão da inovação, comunicação e das experiências: busque "early adopters" antes de querer conquistar uma grande quantidade de consumidores.
• Como criar conexões: tem de se apropriar mais dos tipos de informações que geram diálogo e saber qual é o status que a pessoa transmite ao semelhante quando consome produtos.
• Cultura e relevância: o consumidor quer saber onde está colocando seu dinheiro. Mais que parecer, é preciso ser, o que tem a ver com a cultura da empresa.
• Marca mais lembrada: envolve todos os pontos de contato - produto, produção e atendimento. As marcas fazem parte do grande ecossistema da sociedade. Aquelas que olham para o todo e entendem seu papel serão as mais relevantes.

Patricia Carneiro, sênior planner da Oliver in House Latam America:

Preço e relação e valores pessoais pesam cada vez mais, destaca Patricia

Preço e relação e valores pessoais pesam cada vez mais, destaca Patricia

PATRICIA CARNEIRO/ARQUIVO PESSOAL/JC
• Marcas preferidas? Pesquisa recente da Google mostrou que a maioria das pessoas não tem mais as preferidas. Preço e relação e valores pessoais pesam cada vez mais, principalmente para as novas gerações.
• Como criar valor para a marca e como as pessoas percebem isso? Consumidores estão cada vez mais atentos ao que é discurso e prática. Atenção à conduta.
• Comunicação para construção da marca: tem de priorizar cada vez mais as comunidades.
• Proposta de valor: ser muito clara e conectada ao cenário emergente, marcado pela diversidade e pulverização. 
• Transformações sociais e de gerações: levam a outro tipo de branding e marketing para construir uma relação de valor onde conta o equilíbrio entre vida pessoal e comunitária. O mundo já mudou e quem não está mudando vai ficar para trás.
• Pesquisar cenários emergentes: a perenidade da empresa está na capacidade de se conectar a cenários estratégicos. É preciso olhar para política, economia, sustentabilidade, valores das comunidades e novas gerações, novas tecnologias e conexões e formas de trabalho.
• Construção da marca é humanizar: ter personalidade como ser humano. As pessoas se sentem acolhidas como se estivessem se relacionando com outro ser humano.

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