Se a integração turística internacional é uma oportunidade que se abre a partir do litoral, na Fronteira Oeste é um potencial em plena fase de multiplicação. Em Santana do Livramento, são calculados 3 mil leitos de hotelaria. Somado a Rivera, no lado uruguaio, o número chega a 4,1 mil leitos.
Se a integração turística internacional é uma oportunidade que se abre a partir do litoral, na Fronteira Oeste é um potencial em plena fase de multiplicação. Em Santana do Livramento, são calculados 3 mil leitos de hotelaria. Somado a Rivera, no lado uruguaio, o número chega a 4,1 mil leitos.
E há, segundo a prefeitura do município da Fronteira, pelo menos dois projetos para novos hotéis e uma parceria do poder público municipal com Portugal justamente para potencializar investimentos na área hoteleira.
É que, além do conhecido turismo voltado às compras na fronteira, ou à demanda das instalações eólicas, agora
o chamado Trem do Pampa, inaugurado em julho, traz para a região o know-how do enoturismo já experimentado na Serra, sobre trilhos, como acontece no Vale dos Vinhedos.
O trajeto de 20 quilômetros entre Livramento e o distrito de Palomas, dura três horas – 1h10min sobre trilhos, com o retorno ao ponto de partida em ônibus, contando com visitação a vinícola –, recheado com muita música,dança e degustação de vinhos produzidos na região. O sucesso do projeto foi logo percebido, com todas as viagens, que têm capacidade para 100 pessoas, lotadas no primeiro mês.
A iniciativa foi da empresa Giordani Turismo, empresa de Bento Gonçalves, que também opera a Maria Fumaça, no Vale dos Vinhedos. No Trem do Pampa, o passeio é feito a bordo de um veículo leve sobre trilhos (VLT), desenvolvido pela Marcopolo, também da Serra. “Vimos que era bastante possível reproduzir, em Livramento, o que fazemos na Serra gaúcha, com a conexão do trem e do vinho”, diz a diretora da Giordani Turismo, Andréia Zucchi.
Uma ideia que, a partir de conversas iniciadas em 2011, uniu o desejo de lideranças locais para reativar os trilhos e potencializar o turismo local. Entre as empresas que custeiam o Trem do Pampa está a Miolo, que tem na Vinícola Almadén, em Santana do Livramento, a sua maior produção de vinhos destinados à exportação. Para os turistas que embarcam no Trem do Pampa, a visita à Almadén é uma das principais atrações.
“Tínhamos a experiência do Vale dos Vinhedos, em um projeto que funciona já há 20 anos, muito bem sucedido, como uma oportunidade para o consumidor conhecer melhor o nosso produto e entender mais sobre a produção no Rio Grande do Sul. Aos poucos temos levado também para a Almadén e a Seival também as nossas experiências de convívio dentro do vinhedo, o wine garden, aberto o ano todo ao público”, explica o diretor presidente da Miolo Wine Group, Adriano Miolo.
Segundo Miolo, há pelo menos dez anos a vinícola já projetava unir o turismo de compras da Fronteira com o enoturismo. Especialmente com as vendas de vinhos. A partir do Trem do Pampa, foi possível concretizar, por exemplo, a abertura de um free shop dentro da vinícola, onde é possível comprar os vinhos da Miolo a um custo 35% mais barato do que no Vale dos Vinhedos, por exemplo. A linha de vinhos Reserva, produzida pela Almadén, é a mais exportada pela Miolo.