Refinaria Riograndense é pioneira na produção de combustível limpo

Complexo na Região Sul do Estado é considerado a principal indústria na economia de Rio Grande

Por Eduardo Torres

Mapa Econômico 2024, Refinaria Riograndense, vista aérea
Os últimos 12 meses no Rio Grande do Sul, com vários eventos extremos, mostram a força das mudanças climáticas, que entram obrigatoriamente na agenda de governos e empresas. Um dos eixos da transformação da economia é exatamente a sustentabilidade. Pois uma das maiores empresas da Região Sul do Estado toma a frente neste processo.

Continue sua leitura, escolha seu plano agora!

Já é assinante? Faça login

Primeiro teste na refinaria ocorreu no ano passado

Mapa Econômico 2024, Refinaria Riograndense, equipe
No ano passado, o primeiro teste de biorrefino, a partir de 2 mil toneladas de óleo de soja foi bem-sucedido e o bioGLP gerado a partir do processo inédito no mundo foi comercializado com a Ultragaz. Nesta primeira etapa, foram produzidos insumos petroquímicos e combustíveis renováveis como GLP, combustíveis marítimos, propeno e bioaromáticos, usados nas indústrias da borracha sintética, nylon e PVC.
Foi identificado, ainda, que os teores alcançados de concentração de bioaromáticos são capazes de atender aos níveis exigidos para formular gasolinas de elevado desempenho, praticamente isenta de enxofre.
Na etapa de novembro, é previsto o coprocessamento de carga mineral com bio-óleo (matéria-prima avançada de biomassa não alimentar), gerando propeno, gasolina e diesel, todos renováveis.
Conforme a assessoria de imprensa da empresa, têm sido buscadas parcerias com produtores regionais de óleo de soja – uma especialidade no distrito industrial junto ao Porto de Rio Grande e em cidades próximas como Camaquã – para garantir o abastecimento da refinaria.
No teste realizado em 2023, por exemplo, o óleo foi todo adquirido de uma empresa gaúcha. No entanto, a Petrobras aponta que para a implantação do projeto, o volume de óleo necessário será superior à disponibilidade atual do Rio Grande do Sul, o que abre caminho para novos investimentos de empresas da região na produção de óleo de soja para biodiesel. Trazer o produto de outras regiões não é descartado, mas também são experimentadas outras matérias-primas com resultados positivos, como o sebo bovino.
A Petrobras mapeia produtores locais para uma futura parceria no fornecimento do produto. A empresa ainda vislumbra o potencial do cultivo de canola no Estado e também o fornecimento de matérias-primas residuais, como o óleo de cozinha usado.
Leia também: Tecnologia e estudos potencializam navegação de precisão em Rio Grande