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Custo do pedágio ao Porto de Rio Grande preocupa empresários, que buscam alternativa
Incentivos dados a motoristas de caminhões podem diminuir reflexos no custo do transporte de cargas
Por Jefferson Klein
De Rio Grande
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O custo dos pedágios para as cargas chegarem ao Porto do Rio Grande pelo modal rodoviário é um fator que afeta a competitividade do complexo e que preocupa os empreendedores logísticos da região há alguns anos. Para tentar reverter essa situação, o diretor-presidente do Terminal de Contêineres (Tecon) Rio Grande, Paulo Bertinetti, informa que está sendo discutida com a Portos RS (empresa pública vinculada ao governo gaúcho responsável por administrar o sistema hidroportuário no Rio Grande do Sul) a criação de uma ferramenta que possa amenizar esse ônus.
O dirigente enfatiza que não é possível alterar o contrato em vigor das praças de pedágio. "Mas, nós podemos ter algum programa para reduzir o custo para o caminhoneiro", defende. Ele considera uma vergonha um caminhão sair de Camaquã, uma cidade a cerca de 190 quilômetros de distância de Rio Grande, e gastar mais em pedágios do que em combustível. O motorista que fizer esse trajeto entre os dois municípios passará por três pedágios (em Cristal, Pelotas e Rio Grande). Se o veículo em questão for um caminhão de três eixos, por exemplo, ele pagará R$ 58,70 em cada praça, ou seja, R$ 176,10 no total.
Uma possibilidade para atenuar esse custo, cita Bertinetti, é a elaboração de um programa do governo estadual que conceda subsídio ou crédito para o caminhoneiro que for a Rio Grande movimentar uma carga comprar um pneu, fazer um reparo de motor ou outra iniciativa semelhante. Ainda no tema rodoviário, o diretor-presidente do Tecon sustenta que é preciso melhorar a infraestrutura de acesso ao complexo portuário gaúcho. Uma reivindicação antiga da região é a realização da duplicação de nove quilômetros da BR-392, que está compreendida no Lote 4 de obras que estão sendo feitas na Metade Sul do Estado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
Quanto à chegada de cargas ao Tecon Rio Grande por hidrovia, Bertinetti diz que mesmo o assoreamento das vias fluviais causado pelas recentes enchentes que atingiram o Estado não deve afetar o resultado do terminal neste ano. Ele inclusive espera que em 2024 o desempenho do Tecon seja ainda melhor que em 2023, quando movimentou quase 664 mil TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés).
Já sobre os reflexos da catástrofe climática no Terminal de Contêineres Santa Clara, que fica localizado às margens do rio Jacuí, em Triunfo, o dirigente lembra que foram retirados 16 contêineres que caíram dentro da água devido às cheias. No entanto, a estrutura voltou a operar em junho e hoje está atuando com capacidade total.
Já sobre os reflexos da catástrofe climática no Terminal de Contêineres Santa Clara, que fica localizado às margens do rio Jacuí, em Triunfo, o dirigente lembra que foram retirados 16 contêineres que caíram dentro da água devido às cheias. No entanto, a estrutura voltou a operar em junho e hoje está atuando com capacidade total.
Bertinetti, que também é presidente da Câmara de Comércio do Rio Grande, foi um dos painelistas nesta terça-feira (17) do evento do Mapa Econômico do Rio Grande do Sul, projeto desenvolvido pelo Jornal do Comércio. Também compareceu ao evento o Executive Chairman da Wilson Sons (companhia controladora do Tecon), Cezar Baião.
De acordo com Bertinetti, é preciso que o Estado foque esforços para voltar a ter uma produção equilibrada, após as enchentes. Ele acrescenta que o planeta está enfrentando um choque com as mudanças do clima e isso também impacta o setor portuário. Esse quadro pode afetar a logística mundial e uma prova disso, aponta o dirigente, é que o porto de Singapura recentemente ficou fechado por conta de neblina.